
Destaque: os planos de investimento das principais towercos para a América Latina

A expansão do 4G fora dos centros urbanos, o lançamento do 5G e novas soluções físicas para implantação de antenas, como torres no nível da rua e sites camuflados, foram os principais impulsionadores das empresas de torres de telecomunicações na América Latina neste ano.
Muitos também estão apostando no fornecimento de fibra neutra e independente, particularmente na American Tower, bem como em recursos de computação de borda e datacenters de borda. No geral, todos eles veem boas perspectivas de negócios e crescimento de receita no próximo ano.
Os obstáculos para 2023 incluem o câmbio e a consolidação de empresas de telecomunicações, clientes das towercos, o que tende a impactar a rotatividade de muitas das firmas de torres e levar à renegociação de contratos.
Problemas financeiros em grupos como Altán Redes no México também afetaram os pedidos de torres para algumas dessas empresas.
A BNamericas conversou com players do setor, pesquisou dados das empresas e apresentou detalhes dos planos de investimento de quatro das principais towercos, empresas com atuação em mais de dois mercados.
AMERICAN TOWER
Implantações de fibra, centros comunitários, construções estratégicas de torres e, eventualmente, fusões e aquisições estão no radar latino-americano da American Tower (ATC), empresa líder mundial em infraestrutura sem fio.
Particularmente no México e no Chile, a empresa está avançando em um programa para abrir centros digitais comunitários que visam atender camadas de baixa renda da população em áreas carentes com serviços digitais e de banda larga.
No México, a meta é ter 40 desses centros digitais comunitários nos próximos anos.
Além de sites de fibra e macro, a empresa também fornece 92 DAS (sistemas de antenas distribuídas) internas e externas, redes de pequenas células e wi-fi, bem como telhados gerenciados e serviços de infraestrutura relacionados no México.
No Brasil, a ATC também está investindo na expansão de uma rede LoRaWAN IoT neutra para suportar aplicações para a indústria 4.0 e ecossistemas IoT, tendo fechado recentemente um acordo com a Algar Telecom como parte dessa unidade.
O grupo também possui 25 mil km de fibra para uso no atacado que atravessam cinco estados brasileiros, embora apenas o backbone em Minas Gerais esteja efetivamente em operação.
O portfólio da ATC na América Latina totalizou 45.558 torres próprias no final de setembro, 20.643 das quais no Brasil, ante 22.839 no final de junho.
Dos 1.578 locais globalmente construídos durante o terceiro trimestre, 68 foram na América Latina. No mesmo trimestre do ano passado, as novas construções na América Latina totalizaram 202.
A empresa tinha planos de construir cerca de 6,5 mil novos sites em todo o mundo este ano, dos quais 500 seriam na América Latina. Em 2021, as novas torres na América Latina totalizaram 600.
Em número de torres, o Brasil é o terceiro maior mercado de ATC, depois dos EUA e da Índia.
Na América Latina, o Brasil é seguido pelo México (9.627, ante 10.027 em junho), Colômbia (4.977, ante 4.982), Peru (3.938, ante 4.379), Chile (3.738, ante 3.875), Paraguai (1.445, flat) Costa Rica (695, ante 697) e Argentina (495, ante 503).
Os principais clientes da ATC na região são a Telefónica, com contratos de torres em todos os mercados exceto Peru; AT&T (contratos na Argentina, Brasil, Colômbia, México); América Móvil (todos os mercados); e Telecom Itália.
A empresa espera, no entanto, níveis elevados de rotatividade nos próximos 12 a 18 meses na região, à medida que a consolidação das empresas de telecomunicações avança em alguns mercados, particularmente no Brasil e no México.
Ao contrário de alguns de seus pares, a ATC não cogita investir no mercado latino-americano de datacenters.
SBA COMMUNICATIONS
Segunda maior towerco da América Latina, a SBA Communications está investindo em diferentes frentes na região, de olho em oportunidades, entre outras, em datacenters de borda.
Como parte dessa iniciativa, no início deste ano a SBA adquiriu um datacenter no Brasil da empresa local Matrix.
A SBA espera um bom ambiente de negócios sob o novo governo Lula no Brasil, seu maior mercado fora dos EUA e onde possui 12,5 mil sites.
“Acredito que, para nós, continuará sendo um bom ambiente de negócios, sem muitas mudanças de política”, afirmou o CEO Jeff Stoops a investidores em uma teleconferência de resultados do terceiro trimestre.
O grupo possuía ou operava 36.519 sites em 16 mercados nos EUA, América do Sul, América Central, Canadá, África do Sul, Filipinas e Tanzânia no final de setembro.
As operações da América Latina e os principais escritórios na região estão no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá e Peru.
“O churn internacional [excluído dos EUA] permaneceu elevado no trimestre devido principalmente às consolidações de operadoras e à saída da Digicel anunciada anteriormente do Panamá”, explicou o CFO Brendan Cavanagh.
A Digicel Panamá solicitou a liquidação voluntária de sua concessão no início de abril, depois que as autoridades aprovaram a aquisição da Cable & Wireless Panamá pela Claro (América Móvil). A Digicel afirmou que a mudança torna a concorrência impossível.
Espera-se que o churn prejudique a SBA também no Brasil, devido à aquisição do negócio móvel da Oi. Em setembro, a Oi respondeu por 4% das receitas internacionais de locação de sites da SBA, abaixo dos 28,4% do ano anterior.
No geral, a Telefónica representou globalmente 18,6%, a América Móvil 18,8% e a TIM 17,2% das receitas internacionais da SBA em setembro. Os três principais clientes da SBA são os grupos norte-americanos T-Mobile, AT&T Wireless e Verizon Wireless.
A empresa também deve continuar buscando novas aquisições.
Em outubro, concluiu a aquisição anunciada anteriormente de 2.632 sites do Grupo TorreSur (GTS) no Brasil por aproximadamente US$ 725 milhões em dinheiro. Os sites adquiridos possuem 2,1 inquilinos por torre.
A empresa fez 13 aquisições nos últimos 10 anos no Brasil.
IHS TOWERS
Entre os mais novos players da área, tendo entrado na América Latina há pouco menos de três anos, a IHS Towers está investindo em macrosites, small cells, infraestrutura sem fio e fibra.
No geral, a América Latina representava 18,2% dos 39.397 sites ativos da IHS no final de setembro e 9.651 inquilinos. Isto se compara a 4.804 torres e 5.826 inquilinos no ano anterior.
“Inquilinos” se referem ao número de aluguéis de clientes por torre. Por exemplo, se um cliente alugasse espaço em cinco torres, isso significaria cinco inquilinos.
Os principais clientes da empresa na América Latina são Claro Colômbia, Claro Brasil, Tigo Colômbia, Telefônica, TIM e Oi.
A empresa informou que a América Latina exigirá mais de 19 mil novas torres e mais de 42 mil novos pontos de presença MNO entre dezembro de 2020 e dezembro de 2025.
No entanto, devido ao “tempo e às condições gerais do mercado”, a IHS Towers revisou duas vezes para baixo suas perspectivas de construção de torres de telecomunicações para o ano inteiro, inclusive na América Latina.
Agora, espera terminar 2022 com 300 novos sites na América Latina. O número caiu de 400 em sua perspectiva anterior e de 700 em sua primeira orientação para 2022.
Como investimentos, a empresa estuda redes de fibra neutra na Colômbia e no Peru, além do Brasil, onde possui uma rede de fibra neutra, a I-Systems, em parceria com a TIM. Esses são os três mercados da América Latina onde atua – ela opera também em sete países africanos.
A IHS afirma ser a quarta maior empresa independente de torres do mundo em número de locais, atrás da ATC, Cellnex e SBA, com foco na Europa.
O grupo entrou na América Latina em fevereiro de 2020, após a aquisição da Cell Site Solutions (CSS), com sede em São Paulo, que tinha operações no Brasil, Colômbia e Peru.
Em 2021, a IHS Towers adquiriu a Skysites Holdings, que tem foco no Brasil, e a Centennial Towers, cujas operações estão no Brasil e na Colômbia.
No primeiro trimestre deste ano, a empresa fechou sua mais recente fusão e aquisição, adicionando 2.115 torres do portfólio SP5 da GTS do Brasil.
Como resultado, e combinado com build-outs, a IHS Towers possui atualmente cerca de 7 mil torres no Brasil, 228 na Colômbia e 52 no Peru.
PHOENIX TOWER INTERNATIONAL
A Phoenix Tower International (PTI) tornou-se a maior proprietária de torres de comunicação no Chile após a aquisição de 3,8 mil sites da operadora local WOM.
A empresa também afirma ser líder em número de torres na Bolívia.
Para o futuro, o grupo está em negociações com operadoras de telecomunicações latino-americanas para a construção de mais de 230 torres nos próximos meses, conforme explicou Alex Tude, diretor de desenvolvimento de torres da PTI, à BNamericas.
O número exato de novos sites, no entanto, deve ser menor, já que geralmente apenas algumas das negociações resultam em negócios.
A PTI possui e opera mais de 18 mil torres, infraestrutura sem fio e sites relacionados em 20 países nas Américas e na Europa.
A empresa contava com cerca de 9 mil sites na América Latina em março e espera fechar 2022 com 134 novos sites implantados na região, após ter projetado inicialmente cerca de 300 novos.
Seus principais mercados na região são México, Bolívia, Chile, Colômbia, República Dominicana e Equador, com clientes principais como Telefónica, WOM, Altice, Viva Bolívia e Altán.
A Jamaica também é um mercado muito importante para a empresa nos últimos dois anos, disse Hermes Figueroa, diretor de vendas da PTI para a América Latina, à BNamericas.
Além das torres, a PTI possui cerca de 1,4 mil km de fibra ótica no México e presta serviços DAS na região.
Uma das principais apostas da empresa é na computação micro ou de ponta, com equipamentos de processamento conectados aos seus sites, e em datacenters de ponta do tipo contêiner, localizados adjacentes às torres, acrescentou Figueroa.
Segundo o executivo, a PTI tem observado oportunidades nesta frente, principalmente no México.
Fundada em outubro de 2013, a PTI é de propriedade privada e conta com o apoio de investidores globais, como o Blackstone Group.
Em janeiro, os fundos administrados pela Blackstone Infrastructure Partners adquiram uma participação de 35% na empresa, reforçando sua capacidade de expansão e, em agosto, a Phoenix garantiu US$ 2 bilhões em uma transação de várias instalações que abrange as Américas do Norte e do Sul.
Em outubro passado, a gestora inglesa de investimentos em infraestrutura Wren House tornou-se, por uma quantia não revelada, investidora minoritária na PTI.
Este ano a empresa adquiriu 3,2 mil torres da Cellnex na França, 202 torres da Tower Venture Holdings nos EUA e 3,8 mil da WOM no Chile.
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