Autoridades bolivianas discordam sobre resposta a chuvas catastróficas

O governo central da Bolívia e as administrações locais estão em conflito sobre as respostas às fortes chuvas nos departamentos de Beni, Cochabamba, La Paz e Santa Cruz, que causaram mortes e destruíram dezenas de casas.

Para enfrentar a catástrofe de forma mais eficiente, os governos de La Paz e Santa Cruz devem assumir os serviços que o governo central normalmente oferece, disse o vice-ministro da Defesa Civil, Juan Carlos Calvimontes, ao jornal local La Razón.

Ele alegou que Santa Cruz não tem nenhum plano de contingência ou mitigação de enchentes.

A relação entre o governo central e Santa Cruz tem sido historicamente tensa.

Protestos violentos começaram no departamento em dezembro, depois que o governador Luis Fernando Camacho foi preso sob acusações relacionadas à sua suposta participação na destituição do então presidente Evo Morales em 2019.

Enquanto isso, a região de Yanacachi, em La Paz, gastou todos os seus recursos na emergência, declarou o prefeito Víctor Fernández ao jornal Página Siete.

Ele também afirmou aos jornalistas que quatro pontes estão inutilizáveis e estradas destruídas estavam deixando outras localidades isoladas, instando as autoridades centrais a enviar máquinas e alimentos.

As chuvas inundaram 30 mil hectares usados para plantações de soja, informou a agência de notícias estatal ABI. O partido governista MAS estuda a criação de um seguro especial para ajudar os produtores agropecuários afetados pelas perdas relacionadas às mudanças climáticas. O seguro seria administrado pela agência de seguros agrários INSA, conforme explicou a legisladora Rosario García à ABI.

O governo já havia designado 62,5 milhões de bolivianos (US$ 9 mi) para manter a rede rodoviária durante o período chuvoso de dezembro a março. O Ministério de Obras Públicas também disponibilizou 21 milhões de bolivianos para a reconstrução de casas, de acordo com um comunicado à imprensa.