De olho na Argentina: licitação para engenharia de dutos, bloco de xisto, hidrogênio verde e biocombustíveis

Um licitante avançou em um processo de licitação para um contrato de projeto de engenharia de front-end correspondente à segunda fase prevista do megaprojeto do gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina.

O conselho de avaliação de propostas da empresa estatal Energía Argentina recomendou a aceitação da oferta técnica da empresa Suring Ingeniería del Sur. A próxima etapa envolve a abertura da oferta econômica da empresa. A Suring, com sede em Buenos Aires, tem experiência em planejamento de gasodutos e infraestrutura de energia de alta tensão, de acordo com informações do site da companhia.

As ofertas feitas pelo consórcio GIE-Latintub e pela Transportadora de Gas del Sur foram consideradas inadmissíveis, de acordo com os documentos do processo da Energía Argentina.

A primeira fase, já em construção, envolve as obras do gasoduto entre Tratayén, na província de Neuquén, e Salliqueló, na província de Buenos Aires (558 km). Estão incluídos projetos auxiliares, entre eles a construção do duto Mercedes-Cardales (73 km), na província de Buenos Aires. Ele ligaria os sistemas de gás do norte e do sul da Argentina.

A segunda fase – que poderá necessitar de investimento privado para avançar – envolveria a instalação do gasoduto entre Salliqueló e San Jerónimo, na província de Santa Fé (484 km), entre outros elementos.

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Estão sendo finalizados os detalhes de um acordo sob o qual os players de upstream Chevron e YPF receberão uma licença de 35 anos para operar uma área na formação não convencional de Vaca Muerta, informou a província de Neuquén.

A área é Narambuena, onde as empresas têm um plano-piloto de 14 poços. A expectativa é que o desembolso total atinja US$ 3 bilhões.

O governador Omar Gutiérrez disse esperar que o acordo seja fechado “em questão de dias”.

Em setembro, a Chevron declarou que aceleraria seu plano de investimentos de 2022-2023 na concessão da bacia de Neuquén, El Trapial. Em abril, a Chevron recebeu uma licença para extrair hidrocarbonetos não convencionais da área – sua única concessão operada, segundo dados do departamento federal de energia. A área também tem potencial para hidrocarbonetos convencionais.

A Chevron firmou uma parceria com a petroleira estatal YPF na área de Loma Campana, a segunda maior concessão de petróleo da Argentina por produção.

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Gutiérrez se encontrou com Josep Borrell, representante da UE para assuntos externos e política de segurança, antes de uma visita de embaixadores europeus a Neuquén na próxima semana.

“A Argentina tem um potencial energético espetacular. Essa província, em particular, tem a segunda maior reserva de gás do mundo e tem muito lítio. A Europa abriu mão do gás russo, que representava 40% de nossas importações, e temos que buscar fontes alternativas. Sabemos que não será para amanhã, porque tudo leva tempo, mas temos que começar a ver quando e quanto”, disse Borrell em um comunicado de imprensa da província.

Atualmente, a Argentina envia gás para seus vizinhos, principalmente o Chile. A exportação de gás natural para o exterior na forma de GNL exigiria investimentos em instalações de liquefação.

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Autoridades governamentais da província argentina de Terra do Fogo e do Chile devem se reunir no primeiro trimestre de 2023 para discutir sobre hidrogênio verde.

As autoridades vão explorar possíveis áreas de colaboração, disse o chefe de hidrocarbonetos da província, Alejandro Aguirre, à emissora TV2 Noticias, segundo a publicação local Más Energía.

A província está de olho na nascente indústria de hidrogênio verde. Do outro lado da fronteira, o sul do Chile abriga vários projetos de hidrogênio verde em escala de exportação.

“Partilhamos da mesma região e dos mesmos problemas, por isso devemos desenvolver uma estratégia que privilegie, em termos de produção, os dois países, e que também proporcione a proteção ambiental correta”, afirmou Aguirre.

Com alta incidência de ventos, a Terra do Fogo conduziu um estudo sobre a viabilidade econômica da produção de hidrogênio verde.

Hoje, a Argentina envia gás natural para o Chile. Os países também estão ligados por uma única linha de transmissão de energia. Uma segunda linha está em fase de avaliação ambiental.

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O departamento federal de energia da Argentina alterou o preço do bioetanol usado para a mistura com gasolina.

Em uma resolução, o departamento fixou um preço retroativo de 92,7 pesos (US$ 0,59) por litro para o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar nas transações realizadas entre 1º de outubro e 1º de novembro. Para transações a partir de 2 de novembro, o preço definido foi de 113 pesos por litro.

O preço do etanol produzido a partir do milho foi fixado em 113 pesos por litro a partir de 1º de outubro.

Os preços permanecerão em vigor até que as autoridades os atualizem, informou o departamento em uma resolução.

O governo introduziu uma lei de biocombustíveis em 2021 e posteriormente publicou a legislação secundária associada para orientar sua implementação.

Outra legislação derivada, que rege a implementação da lei, foi introduzida recentemente. Por meio de uma resolução, as autoridades criaram um cadastro de produtores, misturadores, comerciantes e operadores de armazenamento de biocombustíveis. As autoridades também introduziram parâmetros de classificação de biodiesel e bioetanol, definiram casos de uso que não exigem, por lei, combustíveis misturados e recomendaram a criação de uma comissão de biocombustíveis encarregada de analisar projetos e propostas, entre outras funções.

A lei de biocombustíveis, em vigor até o final de 2030, foi classificada como regime promocional pelo governo, com alguns setores da indústria de biocombustíveis considerando-a prejudicial ao setor.

De acordo com a lei, a proporção mínima de bioetanol na mistura de gasolina segue sendo 12%, e a proporção mínima de biodiesel na mistura de diesel é de 5%, abaixo dos 10% anteriores. O departamento de energia está autorizado a fazer cortes futuros. As regras de mistura de diesel foram alteradas temporariamente este ano em meio a uma escassez da oferta de diesel.

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