Destaque: os projetos de hidrogênio verde do Brasil

O ministro da Energia, Alexandre Silveira, participou nesta quinta-feira (19) da cerimônia de inauguração da primeira usina de hidrogênio verde da EDP Brasil, que custou R$ 42 milhões (US$ 8,25 milhões) e está localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no estado do Ceará.

Em nota, o Ministério de Minas e Energia (MME) disse que o hidrogênio tem grande potencial devido à transição energética e à meta do Brasil de alcançar a neutralidade de carbono até 2050, alinhada ao compromisso do país no Acordo de Paris.

O ministério destacou que vários países têm promovido investimentos em hidrogênio de baixo carbono e que o Brasil tem um dos maiores potenciais de negócios nessa área.

O Ceará assinou vários MoUs envolvendo investimentos em hidrogênio verde com empresas como Mitsui, Caetano Bus, Fortescue Future Industries (FFI), Qair Brasil, Enegix Energy, o consórcio Transhydrogen Alliance, Comerc Eficiência e Casa dos Ventos.  

Em Pernambuco, o Porto de Suape assinou MoUs com Neoenergia, CTG Brasil, Galp Energia, Comerc Eficiência e Casa dos Ventos, Total Eren, Fortescue Future Industries, Qair/Copergás, Brid Logística, Mitsui, entre outras.

No Rio de Janeiro, FFI, Shell e White Martins firmaram MoUs com a Prumo Logística para a instalação de usinas de hidrogênio no Porto do Açu.

A White Martins também assinou um MoU de hidrogênio verde com o Rio Grande do Sul, onde Elecnor/Enerfín e Neoenergia têm planos de investir na produção do combustível.

Os projetos são desenvolvidos principalmente para usar energia renovável de usinas solares fotovoltaicas e eólicas onshore/offshore.

BAHIA

A fabricante de fertilizantes nitrogenados Unigel anunciou um investimento de US$ 1,5 bilhão em uma usina de hidrogênio verde na Bahia.

Na primeira fase, já em construção, a empresa está investindo US$ 120 milhões, contando com a tecnologia de eletrólise de alta eficiência da alemã ThyssenKrupp Nucera.

“A Unigel já tem capacidade de produção de amônia suficiente para dar destino ao hidrogênio verde. Além disso, temos acesso à infraestrutura e a fontes de energia limpa e competitiva no Polo Petroquímico de Camaçari. Por fim, a Unigel também opera um dos dois únicos terminais de amônia no Brasil, localizado no porto de Aratu, também na Bahia”, disse o CEO Roberto Noronha Santos em um comunicado à imprensa.

As possíveis aplicações são mobilidade, como combustível para diversos tipos de veículos e como matéria-prima na siderurgia e no refino de petróleo.

Espera-se também que a amônia verde seja usada como combustível, em especial por graneleiros e navios porta-contêineres. Além disso, pode fortalecer o portfólio de produtos sustentáveis da Unigel, já que é matéria-prima para a produção de fertilizantes e acrílicos.

A empresa está negociando parcerias estratégicas, linhas de financiamento e acesso ao mercado de capitais por meio de um IPO para garantir a competitividade e a concretização das novas fases do projeto.