Estudo estima custo de fechamento da Cobre Panamá em US$ 4,68 bi por ano

Se a canadense First Quantum Minerals encerrasse as operações comerciais de sua mina Cobre Panamá por um ano, poderia deixar de gerar até US$ 4,68 bilhões, revelou um estudo da empresa de análises econômicas Indesa Capital.

“Desse montante, US$ 1,72 bilhão poderia deixar de ser gerado por outras empresas do país que estão ligadas à mina de maneira direta (por serem fornecedoras), indireta (porque vendem para fornecedores da mina) e induzida (porque produzem bens e serviços adquiridos pelos empregados vinculados à mina)”, informou a subsidiária Minera Panamá em suas redes sociais nesta quinta-feira (19), citando a análise da Indesa.

Em 15 de dezembro, o presidente Laurentino Cortizo ordenou o encerramento das operações comerciais da mina, depois que a Minera Panamá perdeu o prazo para assinar um novo contrato devido a divergências sobre o pagamento de royalties e impostos. No entanto, não há uma data clara para que isso aconteça, nem para a execução de um plano de cuidados e manutenção.

A análise da Indesa calcula que o país centro-americano correria o risco de não produzir um volume equivalente a cerca de US$ 3,06 bilhões com a operação da mina, da usina de energia e das empresas associadas à sua produção, ou seja, 4,8% do PIB total do país em 2021.

“Além disso, 5.839 panamenhos que trabalham diretamente na mina ou em projetos desenvolvidos por ela correriam o risco de perder seus empregos, enquanto 35.481 empregos poderiam ser perdidos nos demais setores da economia vinculados à operação comercial da mineradora”, informou a Minera Panamá.

Os empregos associados (diretos, indiretos e induzidos) equivalem a 2,3% do total de postos de trabalho do país, segundo cálculos da Indesa.

A Minera Panamá especificou que essa análise foi realizada dois anos depois da apresentação do primeiro estudo de impacto econômico da emblemática mina.

“Essas estimativas representam um ajuste para cima do impacto estimado anteriormente com dados provisórios: uma contribuição de 3,5% do PIB e um número de empregos associados de 39.000”, apontou a empresa.

LUZ NO FIM DO TÚNEL

Apesar das estimativas negativas, o sócio-diretor da consultoria, Felipe Chapman, que esteve na apresentação da análise com a Minera Panamá, disse à BNamericas esta semana que vê poucas chances de um litígio prolongado entre o governo e a Minera Panamá, devido à importância da mina para o país e ao modo como esses problemas foram resolvidos no passado. Ele acrescentou que também não teme que isso afete o risco-país.

As partes retomaram as negociações na época do Natal, mas o futuro da mina continua incerto, pois as autoridades insistem em interromper as operações porque não há contrato em vigor.

A Indesa revelou, ainda, que cerca de 2 em cada 100 postos de trabalho existentes no país estão associados à produção da mina de cobre de forma direta, indireta ou induzida.

A First Quantum registrou uma marca histórica de 350 mil toneladas do metal vermelho na Cobre Panamá no ano passado, em comparação com as 331 mil toneladas de 2021. A companhia destacou a normalidade das operações em uma das maiores minas de cobre da América Latina, que também produz ouro e prata.