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Falta de insumos importados atrasa implantação de infraestrutura de TIC na Argentina

Bnamericas Publicado: quinta-feira, 02 fevereiro, 2023
Falta de insumos importados atrasa implantação de infraestrutura de TIC na Argentina

A implantação da infraestrutura de telecomunicações na Argentina sofre com os efeitos das restrições de importação impostas pelas autoridades.

“As autorizações não são suficientes para a demanda que existe por materiais para a implantação de fibra ótica”, disse à BNamericas Marcelo Tulissi, presidente da câmara local de pequenas e médias operadoras de cabo, a Cacpy.

No país, há um déficit de insumos básicos, como unidades de redes óticas, switches e roteadores, e os equipamentos obtidos têm preços acima do valor de mercado. “Houve um aumento no custo das mercadorias devido à restrição [às importações]”, acrescentou Tulissi.

Algumas PMEs e cooperativas de telecomunicações já esgotaram o estoque desses produtos.

Tulissi alerta que a implantação da fibra ótica poderá ser adiada ou até mesmo interrompida se essa situação persistir e acrescenta que, nos últimos três meses, ela foi “bastante desacelerada”.

A Cacpy é uma das organizações que participam da mesa de discussões da indústria de TIC, fórum criado por operadoras para promover a transformação digital do país. A mesa também inclui a câmara de pequenas e médias operadoras Cabase, a federação de cooperativas de telecomunicações do sul Fecosur e empresas como Telecom, Telefónica e Vrio.

Em outubro, foi implantado um novo sistema de autorização de importações, que visa impedir a saída de dólares das reservas do Banco Central. Nesse sistema, as autoridades precisam analisar cada solicitação de importação, aprovar e permitir o acesso à moeda estrangeira no mercado único de câmbio.

“O novo esquema estabelecido pela [autoridade tributária] AFIP e pela Secretaria do Comércio cria uma barreira intransponível para que as operadoras de telecomunicações e seus fornecedores importem os equipamentos essenciais e imprescindíveis para manter em funcionamento a infraestrutura de comunicações e conectividade da Argentina”, destaca um comunicado da mesa da indústria de TIC.

A medida não afeta apenas a importação de equipamentos de TIC, todos os pagamentos ao exterior são dificultados pela falta de acesso a moeda estrangeira.

O fórum também menciona importações bloqueadas de equipamentos críticos, material retido na alfândega, impossibilidade de fazer pagamentos de conectividade internacional e várias complicações derivadas das restrições de capital.

Embora o regulador Enacom e a Secretaria do Comércio tenham participado de reuniões com representantes da indústria, os problemas não foram resolvidos e a situação acabou ficando crítica.

“Fala-se que é preciso implantar o 5G, mas sem implantar a fibra ótica é contraditório”, disse Tulissi.

A Argentina planeja realizar um leilão de espectro para serviços 5G no primeiro semestre deste ano.

A reclamação da mesa se soma à carta pública enviada em dezembro pela câmara de cooperativas de telecomunicações Catel, a prestadora de serviços cordobesa Colsecor e a federação de cooperativas elétricas e de serviços da província de Buenos Aires, Fedecoba. Na carta, as entidades pedem ao governo que relaxe as restrições às importações.

“Entendemos que as avaliações sejam feitas caso a caso, mas a verdade é que nosso trabalho de extensão e manutenção das redes está praticamente paralisado, por isso vemos a necessidade de pedir a preservação da cadeia de valor dos serviços de TIC”, afirmaram.

PREÇOS E INVESTIMENTO

A escassez de equipamentos e bens essenciais e os custos crescentes agravaram a situação gerada pelo Decreto 690, que impôs controle de preços ao setor. A receita média por usuário diminuiu consideravelmente em dólares, o que pressiona bastante o investimento das operadoras.

“Um problema é renovar o estoque, porque não podemos repassar [o custo] para o usuário”, afirmou Tulissi.

“Por não termos a economia de escala de determinados fornecedores nacionais ou globais, fazemos um grande esforço de reinvestimento para manter as condições de serviço e temos graves problemas para sustentar preços razoáveis abaixo da atualização de custos”, apontou a carta enviada pela Catel, Colsecor e Fedecoba em dezembro.

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