Governo de São Paulo manterá participação minoritária na privatização da Sabesp

Tarcísio de Freitas, governador eleito do estado de São Paulo, anunciou os detalhes de um plano para privatizar a Sabesp, maior empresa do setor no Brasil em faturamento e população atendida.

Segundo Tarcísio, a ideia inicial é oferecer a investidores privados o controle da empresa por meio de uma oferta de ações, com o estado mantendo uma participação minoritária.

“Não precisamos sair totalmente da empresa. Podemos simplesmente abrir mão do controle, manter uma parte [minoritária], ter um assento no conselho, ter uma golden share e participar das decisões estratégicas. Com isto a empresa pode agregar valor mais tarde”, disse ele a repórteres.

Atualmente, o estado detém 50,3% do controle acionário da Sabesp, estando o restante em circulação. A empresa abastece 28,4 milhões de pessoas com água e 25,2 milhões com serviços de esgoto.

Desde meados de 2020, o setor de saneamento no Brasil vem atraindo grande interesse de investidores, após a aprovação de uma regulamentação que facilitou a entrada de participantes do setor privado em um setor antes dominado por estatais.

Desde então, uma série de concessões ocorreu no setor e alguns governos estaduais avaliaram a privatização de suas respectivas concessionárias de água.

A privatização mais avançada prevista é a do estado do Rio Grande do Sul, que já anunciou a data e o preço mínimo do leilão de privatização da Corsan.

O leilão está marcado para acontecer na bolsa de valores de São Paulo em 20 de dezembro e o preço de reserva para adquirir o controle total da empresa foi fixado em R$ 4,1 bilhões (US$ 788 mi).

No início deste ano, o governo do Rio Grande do Sul tentou privatizar a Corsan por meio de um IPO, com o estado pretendendo manter uma participação minoritária na empresa. No entanto, acabou tendo que suspender os planos depois que o Tribunal de Contas do Estado exigiu correções no modelo econômico-financeiro.