Por que as vendas de cimento estão atrasadas em relação ao crescimento econômico do Brasil

Embora a economia brasileira deva ter um desempenho melhor este ano do que o projetado originalmente, as perspectivas para a indústria de cimento não são tão positivas.

“As vendas de cimento devem ter uma retração de 2% neste ano, entre outros fatores, por conta dos efeitos do aumento da taxa básica de juros e também pela realização da Copa do Mundo, que reduz o nível de atividade econômica”, declarou o presidente do sindicato dos produtores de cimento SNIC, Paulo Camillo Penna, à BNamericas.

Nos primeiros nove meses, as vendas domésticas de cimento caíram 3% em relação ao ano anterior, para 47,7 Mt, segundo o SNIC.

“Nos primeiros meses da pandemia da Covid-19, o setor cimenteiro foi apoiado por pequenas obras feitas por pessoas que queriam melhorar as suas casas para passar mais tempo nelas, mas este efeito desapareceu agora”, acrescentou Penna.

No início desta semana, o FMI aumentou sua projeção para o crescimento do PIB da América Latina e Caribe em 2022 devido, entre outros fatores, às expectativas mais altas no Brasil. O FMI, agora, vê o PIB do Brasil crescer 2,8% este ano em comparação com uma projeção anterior de 1,7%.

No entanto, o setor de construção perdeu força nos últimos meses, devido ao forte aumento das taxas de juros, impactando as vendas de cimento.

A taxa básica Selic está atualmente em 13,75% ante 2% no início de 2021.