Brasil e Venezuela
Análise

Brasil está preparado para retomar importações de eletricidade da Venezuela

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Brasil está preparado para retomar importações de eletricidade da Venezuela

Estudos realizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico do Brasil (ONS) indicam que o limite seguro de fluxo de eletricidade na linha de transmissão Boa Vista-Santa Elena Uiarén (230 kV), entre o estado de Roraima e a Venezuela, é de 15 MW, em média, informou a assessoria de imprensa do ONS à BNamericas.

Agora que as importações do vizinho norte do Brasil estão cada vez mais próximas, a decisão final sobre a quantidade de energia a ser importada, no entanto, cabe ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil.

O MME relatou à BNamericas que os estudos pré-operacionais para a retomada das importações estão sendo desenvolvidos entre as equipes técnicas do Brasil e da Venezuela, com previsão de início dos testes nas próximas semanas.

As compras de eletricidade da central hidrelétrica de Guri, na Venezuela, foram interrompidas em 2019 devido a problemas operacionais e econômicos em um momento de hostilidade entre o então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o líder venezuelano, Nicolás Maduro.

A retomada das importações é um movimento estratégico do Brasil, já que o estado fronteiriço de Roraima não está conectado à rede nacional, o que o obriga a contar com usinas termelétricas mais caras e poluentes.

As obras para conectar Roraima à rede por meio do Linhão de Tucuruí foram iniciadas e devem ser concluídas até julho de 2025.

Para Leandro Lima, analista sênior da consultoria Control Risks, a escalada das tensões entre a Venezuela e a Guiana pode atrasar as importações de energia, mas não deve afetar significativamente a retomada.

Ele argumenta que o governo venezuelano precisa aquecer a economia e trazer dólares para o país, o que torna a exportação de energia estrategicamente importante.

Além disso, Lima considera improvável que as tensões entre as duas nações se transformem em um conflito armado, uma vez que os custos econômicos associados a isso, como sanções internacionais, seriam altos para o presidente venezuelano.

“A tensão com a Guiana foi uma forma de Maduro fortalecer a si próprio internamente e desviar a atenção das primárias presidenciais oposicionistas do final de outubro, que tiveram grande participação popular e acenderam um alerta no governo”, disse ele à BNamericas.

AUTORIZAÇÃO

Na quinta-feira (30), o MME publicou no Diário Oficial da União autorização para a Âmbar Comercializadora de Energia importar energia elétrica da Venezuela.

As importações deverão ser precedidas de autorização ou contrato de uso da linha de transmissão Boa Vista-Santa Elena Uiarén, cuja concessão é de responsabilidade da Eletronorte (Eletrobras).

Segundo o MME, a autorização visa diminuir a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), com redução dos gastos dos consumidores de eletricidade relacionados ao abastecimento de sistemas isolados.

VISÃO GERAL

Hoje, o Brasil comercializa energia com Argentina e Uruguai, tanto para importação para o mercado brasileiro quanto para exportação para atender às demandas dos países vizinhos.

Questionado sobre a possibilidade importação/exportação de energia entre o Brasil e as Guianas e o Suriname, o ONS afirmou que não existe infraestrutura de interligação entre os países que permita tais operações, nem estudos previstos para avaliar esse cenário.

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