CEOs de energia da América do Sul confiantes no crescimento econômico

Os CEOs do setor de energia da América do Sul estão mais otimistas em relação ao crescimento doméstico e global do que seus pares globais, de acordo com um relatório da KPMG compartilhado com a BNamericas.

No entanto, os CEOs regionais de energia são mais cautelosos em relação às receitas esperadas para os próximos três anos. Na pesquisa de 2021, 55% dos líderes estimaram que o faturamento de suas empresas cresceria entre 2,5% e 5%; em 2022, 56% esperavam 0,01%-2,5%.

“O resultado desse estudo é importante neste momento, pois neste ano observam-se elevados níveis de incerteza para o setor energético, fruto da escassez nos mercados internacionais e das alterações produzidas na procura externa dos países, devido ao conflito na Europa e o impacto nos preços dos principais produtos, como petróleo, gás e energia em geral”, escreveu Manuel Fernandes, co-líder da KPMG para as Américas e chefe de energia da Américado Sul, Manuel Fernandes.

Fernandes destacou que as conclusões também devem ser entendidas à luz da situação na Europa, onde os países estão mais expostos à guerra Rússia-Ucrânia e, portanto, mais suscetíveis aos efeitos econômicos, políticos e sociais.

“Essa visão mais cautelosa pode ser creditada aos riscos geopolíticos e aos altos níveis de incerteza que eles acarretam”, escreveu Fernandes.

ESG E RISCOS GEOPOLÍTICOS

Entre as medidas operacionais que os CEOs da indústria pretendem implementar para garantir o crescimento, as iniciativas ESG (ambiente, social e governança) foram reavaliadas. Em 2021, essa agenda foi apontada como prioritária por 23% dos entrevistados, agora por apenas 6%.

Por outro lado, ganharam terreno medidas relacionadas com a adaptação aos riscos geopolíticos atuais.

A pesquisa indicou que, para 38% dos CEOs sul-americanos, “a falta de soluções tecnológicas adequadas” representa a principal barreira paraemissões zero de carbono e ambições climáticas semelhantes, enquanto o número atingiu 44% entre os CEOs de energia.

Outros aspectos destacados foram o alto custo da descarbonização e a falta de experiência e qualificação da mão de obra.

A maioria dos líderes sul-americanos disse que investiria entre 1% e 5% da receita em sustentabilidade, o mesmo percentual de 2021.

VISÃO GLOBAL

Para a sua oitava edição do CEO Outlook, a KPMG entrevistou 1.325 CEOs em 55 países, incluindo Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela, em 11 setores, incluindo energia.

Do total, 138 entrevistados vieram do setor de energia, atuando principalmente nas economias mais maduras, 16 da América do Sul, sendo 12 do setor de óleo e gás, três do setor de utilidades e um do setor de energia renovável.