Indústria naval brasileira prevê escassez de mão de obra

A indústria naval brasileira passará por um novo aquecimento nos próximos anos, pressionando a demanda por mão de obra, segundo uma fonte do setor.

O principal vetor de estímulo ao setor é a Petrobras, que planeja incrementar o conteúdo local de seus navios-plataformas (FPSOs).

O plano de negócios da estatal prevê a implantação de 13 unidades até 2028, incluindo o FPSO Marechal Duque de Caxias, que deixou a China rumo ao campo de Mero no último sábado.

A subsidiária de logística da Petrobras, Transpetro, tem planos de encomendar navios petroleiros a estaleiros nacionais.

“Grandes estaleiros do Brasil voltarão a ter atividade 100% do tempo, e isso vai aquecer a indústria naval e de petróleo em geral”, disse à BNamericas Felippe Bastos, fundador e CEO da Solve Energies, prestadora de serviços de limpeza mecanizada, inspeção e reparos de ativos industriais.

Segundo o executivo, o país corre o risco de escassez de mão de obra até o final deste ano.

“O mercado não está preparado para atender à demanda porque, na época da operação Lava Jato, muitas multinacionais fecharam as portas e, para se restabelecer novamente, isso não acontece da noite para o dia”, argumentou.   

Com 500 funcionários, atualmente, Bastos já observa maior rotatividade de pessoal em relação aos anos anteriores.

“Estamos, inclusive, desenvolvendo projeto para retenção de funcionários, com mais benefícios e liberação de empréstimos, pensando no longo prazo,” assinalou.  

A Solve tem, hoje, um contrato para realizar a limpeza mecânica de tanques de 21 plataformas da Petrobras na Bacia de Campos. São mais de 126 profissionais dedicados em 11 frentes de trabalho simultâneas.

Em paralelo, a empresa trabalha na revitalização da refinaria Clara Camarão, da 3R Petroleum, no Rio Grande do Norte.

O contrato de engenharia, suprimentos e construção (EPC, na sigla em inglês) prevê a realização de serviços de limpeza, inspeção e reparo de tanques de armazenamento da planta potiguar.

“Nossos equipamentos a vácuo que fazem a limpeza são conectados à rede elétrica do cliente, que já usa 90% de energia oriunda de energia eólica”, destacou Bastos, lembrando que o Rio Grande do Norte é o maior polo de energia eólica do Brasil.

NOVA MARCA

A Solve Energies é o novo nome da AES Union, que tem quase uma década de experiência na área de gerenciamento de integridade, com foco em limpeza de tanques mecanizada através de suas subsidiárias Solve Cleaning e Solve Engineering.

“Temos a ambição de ter um papel relevante na jornada para um mundo mais sustentável e uma economia de baixo carbono, transformando completamente a gestão de resíduos da cadeia de óleo e gás, contribuindo para descarbonizar os projetos deste setor”, completou Bastos.