Quem são os potenciais compradores da Millicom?

A inesperada confirmação, por parte da Millicom, das negociações em andamento sobre sua aquisição total pegou o mercado de surpresa.
O grupo luxemburguês, dono da marca de telecomunicações Tigo e que opera em nove mercados da América Central e do Sul, está em negociações diretas com o fundo norte-americano Apollo Global Management e o recém-chegado Claure Group.
Detalhes da negociação, como a participação que cada fundo buscaria comprar caso fizessem uma eventual oferta, não foram revelados. Mas o fato é que os dois potenciais compradores têm trajetórias e perfis de negócios distintos.
A Apollo é um player bem conhecido no mercado de capital de risco e ações. Afirma ter investido em mais de 350 empresas em sua carteira de ações desde que foi criada em 1990.
Em setembro, reportou US$ 94 bilhões em ativos sob gestão e mais de 200 profissionais de investimento, além de um quadro de funcionários de mais de 440 mil pessoas em todas as empresas de seu portfólio.
A Apollo espera aumentar esses números ao longo do tempo e atingir aproximadamente US$ 125 bilhões em ativos de capital até 2026, com cerca de US$ 1 trilhão em ativos totais sob gestão, o que incluiria capital, investimentos híbridos e operações de rendimento. A maior parte do valor do portfólio da Apollo vem deste último.
A Apollo deve divulgar seus resultados do quatro trimestre de 2022 e do ano completo em 9 de fevereiro.
Em particular, o grupo diz que pretende ter um papel de liderança na transição energética e no investimento sustentável, mas os setores de telecomunicações e tecnologia também atraíram importantes investimentos do fundo.
Em setembro de 2010, a Apollo comprou do Popular, o maior banco de Porto Rico, uma participação de 51% no Evertec, serviço de processamento de transações. Três anos depois, anunciou que estava encerrando seu investimento na Evertec.
Em 2020, a Apollo comprou a empresa de torres americana Parallel por meio de uma transação corporativa por meio de seu segundo fundo de infraestrutura principal, antes de vendê-la para a Harmoni Towers em novembro passado.
Em seu último movimento na área de telecomunicações, em setembro passado, a Apollo fechou uma aquisição de US$ 7,5 bilhões da Brightspeed, empresa de telefonia e banda larga da Lumen nos Estados Unidos.
A Lumen já havia alienado suas operações na América Latina, vendendo-as para o fundo norte-americano Stonepeak em 2021 por US$ 2,7 bilhões em um negócio fechado em agosto passado. A nova operação latino-americana da Lumen foi rebatizada como Cirion.
Naquele mesmo ano, a Apollo também adquiriu US$ 200 milhões na empresa de banda larga de fibra americana FirstDigital e, em setembro de 2021, os fundos da Apollo concluíram a aquisição da Verizon Media por US$ 5 bilhões (compreendendo os negócios Yahoo e AOL), que tinham diferentes operações na América Latina.
Em 2020, por exemplo, a Verizon Media e a AMCO, uma subsidiária da América Móvil, anunciaram uma parceria estratégica para a AMCO se tornar a revendedora exclusiva de alguns produtos publicitários da Verizon Media no México.
O México é um dos principais mercados da região visados pela Apollo Global nos últimos anos, especialmente em infraestrutura e bancos.
O fundo, junto com investidores privados, era um grande investidor na companhia aérea Aeroméxico, tornando-se efetivamente o maior acionista da outrora em dificuldades.
Em outubro passado, de acordo com relatórios de mercado, a Apollo juntou-se à Abu Dhabi Investment Authority (ADIA) para ajudar a financiar o mexicano Banca Mifel, com vistas a lançar uma oferta pelo banco mexicano de varejo do Citigroup, o Citibanamex.
No Brasil, a Apollo estaria de olho na gigante petroquímica brasileira Braskem, tendo feito duas propostas de compra da empresa, a última das quais em outubro passado.
Ao que tudo indica, a Millicom seria o primeiro empreendimento da Apollo na indústria de telecomunicações da América Latina.
FUNDO CLAURE
O Claure, por sua vez, é um fundo de family office fundado pelo bilionário boliviano Marcelo Claure e tem um histórico muito mais curto do que o Apollo.
Claure, de 52 anos, fundou a distribuidora de telefonia móvel Brightstar no final dos anos 1990, antes de atuar como CEO da operadora móvel americana Sprint e COO do Softbank japonês.
Claure era considerado o braço direito do CEO da Softbank, Masayoshi Son, e era o principal responsável pela estratégia de investimentos da Softbank na América Latina.
O próprio Softbank é um dos clientes da Apollo para soluções de capital. O grupo japonês contraiu dois empréstimos concedidos pela Apollo no valor total de cerca de US$ 5,1 bilhões nos últimos dois anos, o que pode ajudar a explicar os laços entre os dois grupos e sua parceria para negociar a Millicom.
Em janeiro de 2022, em meio a desentendimentos com o magnata japonês Son, Claure deixou o Softbank para se concentrar em seu próprio grupo de investimentos.
Não há muitas informações sobre os investimentos feitos pelo Claure Group, que afirma ter como alvo tecnologia, mídia, comunicações, cripto, imóveis e até esportes para investimentos. Diz-se que Marcelo Claure tem uma fortuna de mais de US$ 2 bilhões.
A empresa está listada como sediada na Flórida e foi fundada em 2014, oito anos antes da saída de Claure do Softbank.
Entre os negócios conhecidos pela empresa, Claure esteve envolvido em uma rodada de sementes na plataforma mexicana de treinamento profissional Aprende Institute em 2020.
O fundo também participou de uma rodada de financiamento Série A de US$ 11,5 milhões na Credix, fintech belga focada em empresas da América Latina, em setembro de 2022.
“Quando vim para cá com o SoftBank, estava muito otimista com a região pela falta de capital e oportunidades, e conseguimos igualar a América Latina com o resto do mundo”, disse Claure durante evento organizado em maio passado pela Volpe Capital em São Paulo.
“Com o fluxo de recursos esperado com a valorização das commodities e mudanças na cadeia produtiva, a maior parte dos investimentos que pretendo fazer será na América Latina”, acrescentou.
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