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Análise

Três principais empresas de saneamento do Brasil elevam planos de investimento para R$ 46 bi

Bnamericas Publicado: sexta-feira, 06 janeiro, 2023
Três principais empresas de saneamento do Brasil elevam planos de investimento para R$ 46 bi

As maiores empresas de saneamento público do Brasil – Sabesp, de São Paulo, Copasa, de Minas Gerais, e Sanepar, do Paraná estão planejando aumentar os investimentos no período de 2023 a 2027 em 14,2%, para um total de R$ 46 bilhões (US$ 8,6 bilhões).

Para o período de 2022 a 2026, os investimentos projetados totalizavam R$ 40,3 bilhões.

As reformas de 2020 facilitaram a participação privada por meio de concessões, transformando profundamente o setor. Analistas esperam que as empresas privadas ajudem a injetar R$ 750 bilhões no setor para alcançar a cobertura universal adequada até 2033.

No entanto, as estatais ainda dominam, com empresas privadas detendo cerca de 10% do mercado.

O aumento dos investimentos das empresas públicas ocorre no momento em que os membros do governo propõem a revisão da regulamentação, inclusive medidas que fortaleceram a ANA. Os agentes do mercado, no entanto, reagiram negativamente, já que um regulador mais fraco teria problemas para monitorar os investimentos prometidos, colocando em risco a meta de cobertura.

“Em tese, todas as empresas que passaram pelo filtro das capacidades econômico-financeiras conseguem atingir a meta da universalização. É preciso, porém, que os contratos sejam monitorados ao longo do período de concessão e que as metas intermediárias sejam verificadas. Como são contratos de longo prazo, a presença de uma agência reguladora forte e autônoma é muito importante”, avaliou Christianne Dias Ferreira, ex-diretora da ANA e sócia da consultoria de infraestrutura Vallya, a pedido da BNamericas.

Os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Paraná confirmaram seu compromisso com a privatização das concessionárias de água desses estados. “As privatizações vão depender muito de uma combinação de fatores, como dados confiáveis, principalmente do ponto de vista contábil, e, acima de tudo, vontade política”, disse Ferreira.

A BNamericas traz uma visão geral dos respectivos planos de investimento e as perspectivas de privatização dessas empresas.

SABESP

A Sabesp, do estado de São Paulo, pretende investir R$ 26,2 bilhões até 2027. Desse total, R$ 8,9 bilhões serão destinados a projetos de abastecimento, R$ 12,4 bilhões à coleta de esgoto e R$ 4,84 bilhões ao tratamento de esgoto.

A Sabesp é a maior companhia de água do Brasil em receita e população atendida. Abastece 28,4 milhões de pessoas com água e 25,2 milhões com serviços de esgoto.

Ao dar mais detalhes sobre a privatização planejada recentemente, o governador Tarcísio Gomes de Freitas afirmou que os investidores privados receberão o controle acionário por meio de uma oferta de ações, com o estado mantendo uma participação minoritária. São Paulo detém atualmente 50,3%, enquanto as ações restantes são negociadas.

No entanto, o cronograma de privatização não foi divulgado.

O governo já tentou privatizar a empresa antes, mas abandonou o processo devido à oposição da população e dos parlamentares, que alegavam que a privatização era desnecessária, visto que a Sabesp mantém uma geração de caixa robusta e capacidade de investimento.

COPASA

Em Minas Gerais, a Copasa investirá R$ 8,10 bilhões, “em consonância com o plano de negócios da empresa, seus compromissos contratuais, bem como para atendimento às metas de universalização propostas no Novo Marco do Saneamento”, segundo nota à imprensa. Se os estados não atingirem a meta de cobertura de 2033, eles podem perder o acesso ao financiamento federal.

O índice de cobertura da Copasa é de 99,4%, já o índice de coleta e tratamento de esgoto é de 90,5%.

Reeleito em outubro de 2022, o governador Romeu Zema disse que tentará privatizar a Copasa em seu segundo mandato.

Em uma entrevista recente à BNamericas, o presidente da Copasa, Guilherme Duarte, afirmou que a privatização facilitaria o cumprimento da meta de universalização.

“A decisão da privatização é do controlador da empresa, do governo do estado. Mas minha percepção pessoal é que todas as possibilidades poderiam ser avaliadas. Porém, além da decisão do controlador, a privatização também precisa da aprovação da Assembleia Legislativa do estado. Ou seja, o governo, através de uma argumentação técnica, terá que construir esse diálogo com os legisladores”, apontou.

A Copasa fornece serviços de água para 11,8 milhões de pessoas e serviços de esgoto para 8,5 milhões. A cobertura dos serviços de água é de 99,4 % e do esgoto é de 71,9%.

SANEPAR

A estatal de água do Paraná investirá R$ 10,7 bilhões, dos quais R$ 6,5 bilhões serão destinados ao esgotamento sanitário. O volume está sendo investido visando a meta de 2033.

O índice de atendimento atual da Sanepar é de 77%, com tratamento de 100% do material coletado.

O governador Carlos Massa Ratinho Jr., que foi reeleito para um segundo mandato até 2026, disse várias vezes durante seu primeiro mandato que era a favor da privatização.

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