
A colaboração da KMMP com a mineração no Peru diante da transição energética

A maquinaria pesada é um item de alto investimento para setores como mineração e construção civil. Em meio à crescente pressão para reduzir as emissões, as empresas devem se adaptar às novas tecnologias e ajustar suas operações às tendências de sustentabilidade.
A Komatsu-Mitsui Maquinarias Perú (KMMP) é distribuidora de máquinas pesadas Komatsu e motores Cummins e presta serviços no mercado de peças de reposição, mão de obra e na área digital. Possui também outras marcas como Bomag, Manitou e D'Avino.
Nesta entrevista, a BNamericas conversou com o vice-presidente da Komatsu, Julio Molina, sobre novas tecnologias e desenvolvimentos em conjunto com clientes de mineração, bem como a volatilidade das vendas e as perspectivas para o próximo ano.
BNamericas: Como são os mercados em que a KMMP atua no Peru?
Molina: Em geral, a mineração representa 70% dos negócios da KMMP, enquanto os outros 30% são do setor de construção. O negócio em si é volátil, já que trabalhamos com poucas unidades [de veículos em relação a outras categorias do mercado] e elas têm um alto giro.
BNamericas: Como a empresa tem se saído nas condições que você mencionou?
Molina: 2021 foi um ano muito bom. Na mineração, vendemos frotas de caminhões para Antapaccay [propriedade da Glencore] e Toromocho [Chinalco]. Ao todo, foram 35 caminhões. Em construção, os acordos governo a governo — mecanismo pelo qual um país contrata bens, serviços e obras para outro governo por meio da autoridade de reconstrução ARCC — nos deram um bom impulso e quase toda a nossa frota está alugada.
Neste 2022, o peso do setor de mineração caiu um pouco, principalmente devido ao uso de caminhões. É um negócio muito cíclico e este ano não foi de compras. Focamos basicamente em testar novos produtos e dar suporte operacional ao cliente. A indústria da construção continuou com o mesmo impulso [de 2021]. Estamos fechando um bom 2022, não tanto em vendas, mas em rentabilidade. Quando este último está certo, o negócio é saudável.
BNamericas: Reduzir a pegada ambiental é um fator importante para as minas. Como a KMMP e o mercado têm lidado com isso?
Molina: Antes falamos sobre produtividade e a lei [de mineração]; hoje falamos sobre sustentabilidade, como geramos minas autônomas, segurança e todo o processo de digitalização que abre novas oportunidades.
Com relação ao KMMP, no início, houve um problema, pois nossos ativos são investimentos de longo prazo e várias unidades movidas a diesel. Diante desse cenário, firmamos parceria com as principais mineradoras e estamos desenvolvendo um novo caminhão “agnóstico” que não dependerá de nenhum tipo específico de combustível. O conceito está sendo desenvolvido em conjunto com BHP, Codelco e outras grandes mineradoras.
BNamericas: Quais são as características do caminhão?
Molina: Nossos caminhões já são elétricos, mas possuem um módulo de potência que funciona com diesel. O caminhão que está sendo desenvolvido vem com essa possibilidade – diesel –; mas, se a tecnologia se desenvolver corretamente no futuro, esse módulo pode ser trocado e uma bateria instalada para ter um caminhão 100% elétrico. Então, a médio prazo, a ideia é poder substituir essa bateria por uma movida a hidrogênio verde.
A ideia é que as minas possam continuar com seus desenvolvimentos e adotar gradativamente as tecnologias disponíveis no futuro. Haverá países que desenvolverão tecnologias de acordo com uma série de aspectos e limitações. Há uma transição muito interessante entre combustíveis e produtos.
BNamericas: Quando essas iniciativas entrarão no mercado?
Molina: A Komatsu já tem um protótipo de caminhão movido a bateria. Sua comercialização ocorrerá entre os anos de 2026 e 2027. Caminhões com célula de hidrogênio – para caminhões que transportam entre 300 t e 400 t, o que é exigido pelas minas peruanas – entrarão no mercado até o ano de 2030. Existem alguns protótipos, mas é preciso dar tempo à tecnologia. Está chegando um redesenho e uma forma de trabalhar na mineração que será muito interessante no futuro.
BNamericas: Que outras propostas ecológicas estão sendo promovidas?
Molina: Está ressurgindo a possibilidade de instalar linhas elétricas – semelhantes às de um trem –, tecnologia que já é utilizada em minas há 30 anos. Se uma mina tiver energia limpa, uma linha de carrinho pode ser instalada e alimentar parte do trajeto do caminhão. Há uma redução imediata de CO2 e estamos trabalhando com algumas minas e fornecedores de eletricidade para conseguir isso.
Por outro lado, avançamos na automação de caminhões elétricos. Não é mais suficiente ter apenas uma seção de mina autônoma. Você precisa de autonomia em todas as frentes da operação, e todos os clientes estão falando sobre isso. Já temos um projeto autônomo no Peru e vamos ter mais projetos no curto prazo.
BNamericas: Qual a expectativa de fechamento para 2022?
Molina: Vai ser bom em termos de rentabilidade. Estamos satisfeitos por estarmos testando vários equipamentos em várias operações. Estamos testando quatro em Antamina e outros três em Cerro Verde. Também fechamos a venda de alguns caminhões com esta última mina. Embora sejam apenas dois, é a primeira compra de Cerro Verde em vários anos. Estamos tranquilos, pois o mercado de reposição do setor de mineração está se desenvolvendo bem.
No setor de construção continuamos a nos beneficiar do impacto positivo de 2021. Neste negócio, esperamos terminar com uma quota de mercado de 17% no caso da Komatsu, 20% da Cummins e 20% da Bomag.
BNamericas: Você espera grandes negócios para 2023?
Molina: Esperamos fechar duas vendas de caminhão muito importantes. Uma corresponde a uma mina que está definindo quais serão seus ativos futuros e outra é uma venda por aumento de produção. Esses serão os acordos mais relevantes do setor de mineração. Embora o investimento mineiro deva diminuir no próximo ano, no que diz respeito ao nosso negócio, deverá ser um ano importante.
Por outro lado, na construção, esperamos uma retração generalizada. O item é composto por cerca de 1.500 unidades circulando no mercado – grandes escavadeiras e caminhões para movimentação de cargas, entre outros – e acreditamos que cairá para 1.100 unidades, visto que a ARCC já está finalizando as obras. Lá nos protegeremos através das linhas de peças de reposição e serviços.
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