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Perguntas e Respostas

"A descentralização é o futuro dos data centers", diz chefe da Equinix LatAm

Bnamericas

Com novos projetos no México, Brasil e Colômbia, a Equinix avança em sua estratégia de fortalecer a infraestrutura digital latino-americana. 

Os investimentos incluem o já anunciado MO2 em Monterrey, e os novos anúncios do RJ3 no Rio de Janeiro e dos data centers SP6 e SP7 em São Paulo.

No Brasil, a empresa defende o papel do ReData como motor para o setor, inclusive para a construção civil. 

Em entrevista à BNamericas, o presidente LatAm da Equinix, Eduardo Zago de Carvalho, destacou que "a descentralização é o futuro" do setor, afirmando que o país caminha para um modelo de interconexão mais distribuído e competitivo - e é como um ponto de conexão a partir de grandes metrópoles que a empresa quer apoiar esse movimento.

BNamericas: Vocês lançaram o site MO2, na semana passada. Como está a operação em Monterrey e quais as perspectivas de crescimento?

Carvalho: É um data center que está operacional, com clientes ativos. As perspectivas de crescimento para Monterrey são bastante positivas, superando as expectativas iniciais, em função principalmente pela proximidade com Dallas e a interconexão proporcionada pelo Fabric, que deve atrair ainda mais negócios.

BNamericas: E sobre as expansões no Brasil?

Carvalho: Estamos anunciando o RJ3 [no Rio de Janeiro], um passo importante para consolidar nossa presença no Rio. Eu diria que RJ3 já nasce quase cheio por conta da procura que temos tido. Temos visto uma demanda muito grande de contratação.

Em São Paulo, o SP7 está previsto para ser concluído no quarto trimestre de 2026, considerando todos os cuidados com engenharia civil e possíveis imprevistos. Também em São Paulo, o SP6 será inaugurado ainda este ano, e ambos os data centers entrarão em operação praticamente no mesmo período de 12 meses, fortalecendo nosso principal mercado na América Latina.

O mais interessante, Pedro, é que nos dois casos nós temos pipeline. 

Para ambos, temos um forecast muito bom. Eu diria que o SP6 já nasce faturando em janeiro de 2026. O mesmo vale para o SP7. Temos deals sendo trabalhados pela equipe comercial que serão alocados no SP7. 

São Paulo é o nosso principal mercado na América Latina.

[Nota do editor: A Equinix anunciou ter contratado mais de 4MW em capacidade na região de São Paulo no terceiro trimestre de 2025, em comparação com o trimestre anterior.]

BNamericas: SP6 e SP7 são projetos para hyperscalers ou retail?

Carvalho: Ambos são voltados para o retail. Pode haver mudanças, principalmente no SP7, devido à carga de energia e à possível demanda de clientes de grande porte, mas a intenção é manter o foco em retail, pois acreditamos na força do ecossistema e no retorno financeiro mais rápido desse modelo.

BNamericas: Como você avalia o movimento de operadoras de telecom entrando, ou voltando a apostar, no segmento de data centers?

Carvalho: De fato, algumas operadoras estão buscando reforçar sua atuação no setor e avaliam se constroem data centers próprios ou não. Contudo, o desenvolvimento de um ecossistema relevante leva tempo e demanda experiência em gestão e escala global, que traz muito benefício para o cross-selling. Isso ainda é um desafio para essas empresas e, por outro lado, um grande ativo nosso.

Eu vejo essa competição com cautela. Acredito que, em cinco anos, veremos uma consolidação. Se as operadoras não fizerem um spin-off e colocarem tudo sob o mesmo guarda-chuva, vão cair no mesmo problema do passado, como tempo de atendimento e fluxo dos clientes de varejo de telecom. 

Data center é um animal diferente: você não consegue gerir simplesmente porque tem conexão; é preciso saber operar data centers.

BNamericas: No meio disso tudo, há o ReData. Qual é sua avaliação sobre o regime tributário e seu impacto no mercado?

Carvalho: O ReData é um grande passo para consolidar o Brasil como um dos principais hubs globais de data centers, acelerando tanto o setor quanto o da construção civil. Isso é muito importante, pois a construção civil impulsiona a empregabilidade no país. 

Se você enxergar o mercado de data centers sem ver a construção acoplada a ele, é um erro. O ReData mira o setor de data centers, mas também acerta a construção civil, trazendo tração não só para a economia digital, mas também para a economia em geral, e aproveitando a matriz energética sólida e limpa do Brasil.

BNamericas: Há críticas de que o setor de data centers gera poucos empregos após a construção.

Carvalho: No modelo retail há mais geração de empregos, pois envolve uma equipe multidisciplinar e uma camada de serviços que aumentam a empregabilidade. Já no modelo hyperscale, sim, a geração de empregos é menor após a construção e entrega.

BNamericas: Um aspecto-chave do ReData, e da política do país como um todo para o segmento, é descentralizar os data centers para além do eixo São Paulo-Rio - que é onde está o foco de investimento da Equinix. Como a descentralização dos data centers no Brasil pode ocorrer e qual é o papel da Equinix nisso?

Carvalho: Acreditamos fortemente nisso. A descentralização é o futuro, com a tendência de surgirem pequenos data centers em diferentes localidades, mas funcionando como pontos de interconexão (Edge), ligados aos grandes hubs (Metro Edge) nas regiões principais. Esse é o papel da Equinix.

BNamericas: Ou seja, vocês vão participar dessa descentralização, mas não diretamente.

Carvalho: Não diretamente. Vamos participar como um grande hub de interconexão. Um dia, talvez, possamos expandir por aquisição em determinados mercados que se tornem interessantes.

BNamericas: Existem planos para atuar no Rio Grande do Sul, especialmente em Porto Alegre?
Carvalho: Apesar do mercado aquecido e da chegada de novos cabos submarinos, ainda não há planos concretos para Porto Alegre. O foco permanece nas operações consolidadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas novas oportunidades estão sempre sendo avaliadas.

BNamericas: E quanto à demanda e expansão para outros países e mercados da América Latina, para além de México, ou mesmo Santiago ou Bogotá?

Carvalho: Recentemente inauguramos a segunda fase do BG2 na Colômbia e adquirimos mais terrenos para expansão no país. 

No México, lançamos uma célula de managed services, consolidando nossa estratégia de serviços na região. É o segundo país na América Latina que vai ter serviços gerenciados. Então, isso é um marco importantíssimo para a gente, porque ele consolida a nossa narrativa de expansão de serviços para outros lugares. O México foi o segundo, porque eu insisti muito para ter esses serviços diante dos problemas que a gente tem com a energia elétrica, principalmente em Querétaro.

Há análises para expandir também no Chile e, com cautela, no Peru. A gente tem observado bastante a Argentina, mas com muito cuidado. Talvez através de aquisição lá na frente, mas, por enquanto, organicamente não.

(A versão original deste conteúdo foi redigida em português)

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