
A participação do setor privado no mercado de saneamento ‘atingirá 40% em 6 a 8 anos’

O setor de água e saneamento brasileiro deverá ter um aumento nos investimentos nos próximos anos.
O aumento se dará pela expansão do setor privado, que hoje representa cerca de 10% do mercado, e mais investimentos das maiores estatais do setor, a paulista Sabesp, a mineira Copasa e a paranaense Sanepar.
Gustavo Mueller, especialista do setor de água e saneamento da Fitch Ratings, conversou com a BNamericas sobre as perspectivas para o segmento.
BNamericas: Qual é o cenário das empresas de saneamento no Brasil para 2023?
Mueller: De um modo geral, a tendência que vimos nos últimos anos deve continuar, com o aumento do market share das empresas privadas do setor, seja por meio de PPPs ou mesmo de novos contratos de concessão.
Apesar de alguns ruídos que ouvimos [em termos de mudanças regulatórias] do novo governo, não vemos mudanças nas tendências.
O setor de saneamento no Brasil ainda precisa de muito investimento para ampliar a cobertura de serviços à população e para isso é preciso buscar recursos de todas as áreas.
BNamericas: Quão robusta é a posição de caixa das empresas do setor para fazer mais investimentos?
Mueller: Vemos que, de maneira geral, dentro do universo de empresas que acompanhamos, os investimentos seguirão dentro do planejado e a expectativa é de forte expansão dos investimentos.
Das estatais que monitoramos, Sabesp, Sanepar e Copasa são empresas com maior capacidade de investimento e mais bem posicionadas para investimentos, até porque já possuem níveis elevados de cobertura [dos serviços de água e esgoto].
Outras empresas menores, como Cagece, Casan e Saneago, precisarão fazer um esforço maior para aumentar os investimentos, talvez fazendo mais PPPs para atingir as metas de cobertura.
BNamericas: Como as altas taxas de juros atuais afetam a situação financeira das empresas de saneamento e podem comprometer seus investimentos programados?
Mueller: A taxa de juros é uma questão que estamos acompanhando de perto porque o setor de saneamento precisará se alavancar. Em geral, há espaço para as empresas se alavancarem mais. Também será importante monitorar a eficiência dessas empresas.
BNamericas: Existe um debate atual sobre as funções da ANA como reguladora do mercado. Você vê o setor de saneamento com um regulador nacional tão forte quanto o setor elétrico, por meio da Aneel, por exemplo?
Mueller: O setor de saneamento é diferente de outros setores, como petróleo e gás ou energia, por exemplo.
No saneamento, o poder concedente são os governos municipais e, em alguns casos, esse poder é compartilhado com os estados.
Quando o novo marco regulatório do saneamento foi aprovado [em meados de 2020], as prefeituras continuaram sendo o poder concedente.
Nesse modelo, a ANA não é a própria agência reguladora, ela tem a função de publicar e definir normas de referência, a serem utilizadas pelos reguladores locais, ou seja, ela padroniza as regulamentações. Mas dito isso, não vejo um regulador nacional [de saneamento] como a Aneel, por exemplo.
De qualquer forma, a ANA tem um papel muito importante na uniformização das regras e isso dá segurança regulatória aos investidores.
BNamericas: Nos últimos anos, vimos muitas concessões no setor. O que podemos esperar para os próximos anos?
Mueller: Vejo uma tendência de mais oportunidades para os investidores, ou seja, vejo as empresas privadas ganhando mais espaço, até porque existe uma meta regulatória de aumentar a cobertura dos serviços, no curto prazo.
As operadoras que não conseguirem atingir as metas gradativamente podem até ver seus contratos expirarem. Por conta disso, a tendência é que os investimentos no setor aumentem.
Nesse cenário, acredito que a participação das empresas privadas no setor de saneamento chegará a 40% em 6 a 8 anos.
BNamericas: Você acha que podemos ver a privatização de algumas das grandes empresas estaduais de saneamento, como Sabesp, Copasa ou Sanepar no curto ou médio prazo?
Mueller: Isso vai depender muito de uma decisão política de cada governador.
Olhando para o que aconteceu no Rio de Janeiro, onde havia uma grande concessão, e no Rio Grande do Sul, onde a empresa foi privatizada, eu diria que nesses estados isso aconteceu porque o cenário era mais delicado, pois havia uma grande necessidade de investimentos e as estatais não tinham capacidade para investir, havendo até o risco de as empresas desses estados perderem contratos.
No caso da Sabesp, Copasa e Sanepar esse risco é mínimo, são empresas que têm capacidade de investimento, então uma decisão de privatização é mais política do que qualquer outro motivo.
BNamericas: Quais devem ser os mecanismos de financiamento mais utilizados pelas empresas do setor nos próximos anos?
Mueller: Veremos uma diversificação dos instrumentos de financiamento, seja por meio de debêntures de infraestrutura ou financiamento público, entre outros. Vejo empresas buscando diversos mecanismos de financiamento, pois a necessidade de investimento é alta.
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