
Com apoio financeiro, Casa dos Ventos visa hidrogênio verde e energia solar

Enquanto expande sua capacidade de geração eólica, a brasileira Casa dos Ventos está trabalhando para diversificar seu portfólio, com projetos solares e de hidrogênio verde em vista.
Um importante impulsionador do crescimento da empresa será uma joint venture com a multinacional francesa TotalEnergies.
Além de um investimento de R$ 3 bilhões (US$ 570 milhões), a parceria com a empresa deve reduzir o custo do capital da dívida, melhorar as condições com fornecedores e ampliar a base de clientes, conta à BNamericas o diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe.
Nesta entrevista, ele esclarece os planos e comenta as perspectivas de negócios da empresa.
BNamericas: Qual a importância para a Casa dos Ventos da joint venture com a TotalEnergies? Quais são os impactos esperados para os negócios da empresa?
Araripe: Procuramos estruturar o negócio para maximizar a complementaridade entre as empresas. A TotalEnergies junta-se a uma empresa que terá 1,7 GW em operação e construção e 4,5 GW em desenvolvimento. Além disso, temos outros projetos em andamento que poderão ser adquiridos pela joint venture.
Fomos capitalizados com mais de 3 bilhões de reais com a entrada da TotalEnergies. É uma injeção de capital importante, vamos poder ter mais patrimônio para continuar crescendo e ter garantias corporativas para reduzir o custo de capital com dívida, por exemplo, com debêntures. Isso nos dá mais robustez e reduz a necessidade de garantias bancárias.
Como a TotalEnergies é uma empresa global, podemos conseguir melhores condições com os fornecedores. E tem uma carteira gigante de clientes, inclusive no Brasil, o que pode melhorar a nossa carteira de clientes PPA [contrato de compra de energia].
Há também a questão do capital intelectual. A TotalEnergies possui 200 traders em Genebra com sistemas sofisticados e muita tecnologia. Eles já têm projetos-piloto de hidrogênio verde em outras regiões, então trazem muito conhecimento em novas fronteiras energéticas.
BNamericas: Qual é a situação dos projetos de geração de energia da Casa dos Ventos no país?
Araripe: Temos dois projetos em operação, um de 150 MW na Bahia e outro de 504 MW no Rio Grande do Norte. E estamos montando os aerogeradores para a fase 2 desse empreendimento no Rio Grande do Norte, que vai agregar 534 MW.
Além disso, temos um projeto de 360 MW na Bahia cujas turbinas estão sendo comissionadas.
Então nós temos, hoje, cerca de 700 MW em operação e mais 1 GW que entrará em operação no ano que vem. Chegaremos a meados de 2023 com 1,5 GW, com mais 200 MW entrando em operação em 2024.
Além dos 1,7 GW contratados, temos 4,5 GW da joint venture, dos quais 3 GW pretendemos colocar em operação em 2025. Estamos negociando máquinas, começando a trabalhar com potenciais clientes de PPA.
E paralelamente, estamos trabalhando na estruturação de uma usina solar autônoma de 400 MW e uma unidade solar híbrida, combinada com um projeto eólico.
Vemos potencial para atingir 6,2 GW com a joint venture em 2026 e 2027.
BNamericas: Além do BNDES, a empresa tem buscado outras fontes de financiamento?
Araripe: É uma mistura. Temos o BNDES como possibilidade, e o BNB no Nordeste. Temos trabalhado nos moldes de um projeto recente que conta com recursos da Sudene com o Banco do Brasil, além de emissões no mercado de capitais, que, com garantia da TotalEnergies, reduzem spreads e dão mais flexibilidade para a movimentação de recursos.
BNamericas: Como a Casa dos Ventos lida com o aumento do custo dos empreendimentos, tendo em vista o aumento da inflação e dos juros?
Araripe: Na verdade, os novos projetos de geração de energia estão mais caros do que há um ou dois anos, mas temos vendido muito a solução de autoprodução de energia, em que o parceiro se envolve na geração de energia, obtendo isenção de cobranças. Ainda vemos o modelo de autoprodução como algo otimizado do ponto de vista do custo total de energia.
E há os compromissos de redução de emissões de gases por parte das empresas [que devem, portanto, contratar energia renovável].
Hoje vemos a situação com um viés de estabilização do capex. Imaginamos que a maior alta já tenha passado.
BNamericas: Qual será a posição da Casa dos Ventos com a abertura do mercado de energia?
Araripe: A estratégia é atingir clientes de médio porte, e depois, o varejo. Estruturamos uma frente comercial que tem buscado participar de processos competitivos de cotações com potenciais clientes. Temos uma equipe no nordeste dedicada à prospecção de clientes e estamos estudando como simplificar, de forma digital, a venda de energia.
Mas considerando nossas metas de crescimento, temos que fazer parcerias estruturadas com agentes eletrointensivos que ancoram grandes usinas, deixando parte de nossa energia descontratada para atender outros clientes, seja com equipe própria ou por meio de parcerias com empresas que já possuem um canal de atendimento para vender energia e serviços.
BNamericas: A Casa dos Ventos fechou parceria com a Comerc em 2021 para desenvolver projetos de hidrogênio verde. Qual é a situação dessa iniciativa?
Araripe: Foi um acordo para, juntos, buscarmos oportunidades, tanto de offtakers quanto de desenvolvimento de projetos. Já temos áreas em estudo nos portos de Pecém [no Ceará], Aratu [Bahia], Suape [Pernambuco] e Açu [Rio de Janeiro].
São projetos-piloto de produção de hidrogênio para abastecer algumas indústrias no Brasil, não necessariamente para exportação. É um mercado que está apenas começando e estamos mapeando esse mercado.
BNamericas: A empresa tem planos de internacionalização?
Araripe: Temos muitos desafios aqui no Brasil, onde temos um pipeline gigante, inclusive com potencial de abertura de mercado. A joint venture tem exclusividade para energia eólica e solar, hidrogênio e amônia verde no Brasil. Temos uma condição competitiva muito interessante no país, já com áreas mapeadas, com uma equipe que entende muito bem às questões regulatórias e ambientais. Dificilmente teríamos essa condição em relação à concorrência de outros países.
BNamericas: O vento offshore está no seu radar?
Araripe: A eólica offshore tem um custo muito maior. Temos muito potencial em terreno, então você não precisa pagar esse custo extra, considerando infraestrutura civil e elétrica. Não achamos que faça sentido, a menos que seja algo com subsídios do governo e leilões dedicados. Se houver algum tipo de incentivo, podemos estudá-lo.
Nosso objetivo é ser protagonista atuando no mercado livre, diversificando também para a geração solar.
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