
Como a brasileira Unicoba está aumentando as vendas de sistemas de armazenamento de energia

A brasileira Unicoba vem obtendo um rápido crescimento em suas vendas de sistemas de armazenamento de energia, com receitas interanuais crescendo mais de 20%.
Para ajudar as empresas a sustentar esse crescimento, a Unicoba no ano passado captou R$ 125 milhões (US$ 24 mi) em debêntures verdes, além de outros R$ 70 milhões por meio de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) coordenado pelo Banco Fator.
Mais recentemente, a Unicoba anunciou uma parceria com a distribuidora Amazonas Energia para entregar sistemas de geração solar com baterias para o programa federal Mais Luz para a Amazônia.
O CEO da Unicoba, George Fernandes, fala à BNamericas sobre as perspectivas de negócios da empresa.
BNamericas: Como serão utilizadas as debêntures verdes e os recursos captados do Banco Fator?
Fernandes: Estamos recompondo nosso caixa. Fizemos investimentos na planta de Manaus e estamos repondo com esses recursos. Foi uma decisão tomada pelo antigo CEO, que resolveu realizar os investimentos com caixa próprio, até porque havia uma questão de timing.
BNamericas: Qual foi o objetivo dos investimentos feitos na fábrica?
Fernandes: Foram para uma robotização da planta. Temos a expectativa de diminuir muito o erro na produção de baterias, em relação às nossas linhas mais manuais. E temos observado alguns ganhos, mas isto requer um tempo para aprimorar o uso das linhas e otimizar o resultado.
BNamericas: A companhia planeja buscar novos financiamentos em 2023?
Fernandes: Não para o business as usual, mas para novos investimentos para, por exemplo, crescer no mercado de mobilidade urbana e outros temas relacionados ao armazenamento de energia.
No pipeline atual, não precisaríamos de investimentos para crescer mais. Temos entregado um crescimento do faturamento de cerca de 25% ao ano, e imaginamos crescer 20% em 2023 sem nenhum novo negócio. Se crescermos mais do que isso, provavelmente buscaremos novas linhas de capital.
BNamericas: Quantas baterias serão fornecidas para o programa Mais Luz para a Amazônia?
Fernandes: Não tenho dados específicos sobre este programa no momento, mas já fornecemos aproximadamente R$ 150 milhões em baterias para o Programa Luz para Todos [outra iniciativa do governo federal, semelhante à Mais Luz para a Amazônia].
BNamericas: Há desafios logísticos? Como os sistemas chegarão até os locais isolados, no caso de regiões da Amazônia?
Fernandes: Isto varia, pois há contratos em que sou apenas o fornecedor das baterias. Em outros, porém, sou responsável pela construção do sistema isolado inteiro. Em Rondônia, por exemplo, construímos o sistema e monitoramos a situação das baterias à distância. Depende do projeto da distribuidora de energia.
Temos um caso recente de um engenheiro que viajou de avião comercial por quatro horas de São Paulo a Manaus, depois pegou um hidroavião por quatro horas e, por fim, um barco por seis horas para chegar à comunidade isolada. Enquanto isso, os equipamentos são enviados via barco. A logística é complicada, e este é um dos fatores por que nos tornamos referência, pois sabemos montar tais operações.
BNamericas: Há preocupações com a pirataria fluvial?
Fernandes: Roubo de baterias é um problemas, mas, como nossas baterias são de lítio e seu uso é mais restrito, talvez haja menos predisposição para roubá-las em relação a baterias de chumbo ou óleo diesel. Até porque carregar uma bateria de lítio não é algo trivial.
BNamericas: Quais outros projetos e contratos estão em sua carteira?
Fernandes: Temos contratos para trocar baterias de lítio na mudança de sistemas 4G para 5G das operadoras de telecomunicações, pois o 5G requer melhor disponibilidade de energia. Estamos conversando para fornecer baterias para mobilidade urbana, sobretudo motos e scooters, além dos tradicionais contratos de baterias portáteis para fabricantes de celulares e laptops.
BNamericas: Você acredita na expansão do mercado de baterias no Brasil, inclusive para geração centralizada?
Fernandes: Temos um olhar para este setor. Desenvolvemos soluções que já usamos em nossa fábrica em Extrema [outra planta da empresa, em Minas Gerais]. Porém ainda vemos pouca demanda do mercado procurando auxílio para isso.
Temos conhecimento de um projeto recente feito por um concorrente para estabilizar a carga no litoral de São Paulo. Um projeto bem inteligente para segurar a carga no período de férias.
Acho que as empresas de engenharia deveriam procurar mais soluções de armazenamento. Nossa matriz energética já é bem limpa, mas, se a tivéssemos montado com eólicas e solares associadas a baterias, teríamos um sistema melhor. Ainda há tempo para corrigir isso.
Para incentivar o mercado, é preciso haver leilões contemplando soluções de armazenamento de energia.
BNamericas: No ano passado, um leilão de capacidade reserva que estava marcado para novembro foi adiado. Uma das razões para a postergação foi o fato de que a EPE estuda incluir no certame projetos associados a soluções de armazenamento de energia. Esta é uma tendência para futuros leilões de reserva de capacidade?
Fernandes: Não tenho informações muito precisas sobre o tema, mas isso deveria ser uma tendência, pois, quanto mais limpa for a energia, melhor.
Veja o caso do hidrogênio, por exemplo: sua produção depende de energias limpas, como eólica e solar. E, para manter essas usinas funcionando, a bateria é fundamental.
BNamericas: Por outro lado, existem impactos ambientais associados à mineração de lítio. Quais os cuidados a Unicoba tem com relação a isso?
Fernandes: Tentamos minimizar os impactos por meio de economia no consumo de água e uso de energia solar em nossas plantas, por exemplo.
Este é um tema importante que precisa ser estudado a fundo, e há soluções. Fazemos, por exemplo, a coleta de baterias de lítio usadas e damos utilidade a elas, estendendo sua vida útil.
Depois de ‘x’ ciclos, uma bateria vai perdendo rendimento, mas, para certos casos – como o de alguém que usa uma moto elétrica para circular 10km por dia –, a bateria não precisa estar com 100% de rendimento.
Há dezenas de soluções para tentar mitigar a necessidade de buscar mais lítio. E nós montamos baterias. Se a célula mudar para uma de sódio ou hidrogênio, estaremos preparados para montar do mesmo jeito.
Nossa empresa tem quase 50 anos. Foi fundada por um visionário. Temos este viés e estamos preparados para as mudanças.
A maior dificuldade para crescermos e fazer a revolução da eletrificação são pessoas. Temos dificuldade de encontrar pessoal disposto e capacitado que queira trabalhar com isso. Hoje, há grupos de private equity e bancos interessados no assunto, mas ainda falta engajamento. Não é fácil mandar um engenheiro para o meio da Amazônia.
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