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Investimentos em infraestrutura devem atingir nível recorde no Brasil em 2024

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Investimentos em infraestrutura devem atingir nível recorde no Brasil em 2024

Mudanças políticas e um número crescente de concessões e PPPs ajudarão a impulsionar a área de infraestrutura do Brasil no próximo ano.

Neste cenário, o investimento público e privado não competem, mas se complementam, com potencial para atingir níveis recordes.

A BNamericas conversa com Venilton Tadini, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), sobre as perspectivas para o setor.

BNamericas: Quais são as expectativas para o setor brasileiro de infraestrutura em 2024?

Tadini: Temos algumas razões para esperar um cenário positivo para 2024. Uma delas é de natureza fiscal, uma vez que nosso arcabouço agora prevê uma parcela relevante do orçamento para ser usado como investimento publico. Com isso, o investimento deixou de ser penalizado e estará inserido em uma regra de teto de gastos mais flexível. 

Outro fato importante é que, com o detalhamento do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] pelo governo federal, foi confirmado pelo governo que os investimentos privados continuaram sendo também um elemento importante nos investimentos do setor. Não há competição entre o investimento público e privado.

Além disso, vimos uma conexão entre governo federal com os governos estaduais para ter uma articulação nacional e mapear os projetos mais importantes.

BNamericas: Há outros elementos que te fazem prever um ano positivo?

Tadini: Outro ponto muito relevante é a participação do Tesouro, dando garantias para os governos locais em suas respectivas PPPs. Isto reduz muito o risco de default.

Estes aspectos nos fazem acreditar muito que em 2024 teremos um crescimento, tanto do investimento público como do privado.

BNamericas: Quais setores serão mais beneficiados?

TadiniVamos fazer uma separação do que será de responsabilidade dos governos estaduais e o que será do governo federal. Do lado dos estados, o destaque serão mais contratos oferecidos nas áreas de saneamento, de infraestrutura social e de mobilidade urbana. Esses serão os principais segmentos. 

Com relação ao governo federal, temos uma estimativa muito grande de investimentos na área de transmissão de energia, além de uma carteira forte de rodovias.

BNamericas: E quais são as expectativas quanto ao investimento em infraestrutura?

Tadini: Esse ano deveremos ver um total de investimentos em infraestrutura de cerca de R$ 213 bilhões, acima dos R$ 178 bilhões de 2022.

Neste contexto, os investimentos privados devem encerrar o ano totalizando R$ 166 bilhões, aumentando (14%) contra o ano passado, e o investimento publico deve encerrar em R$ 47.7 bilhões, também superior (44%) ao ano passado.

Ano que vem deveremos ter um novo aumento de investimentos, tanto público quanto privado. E é possível que consigamos ultrapassar os R$ 227 bilhões em investimentos de 2014 – um recorde.

BNamericas: Diante da expectativa de aumento dos investimentos, há algum gargalo que preocupa?

Tadini: Sim, há alguns gargalos.

Um investimento grande como projetamos deve ter funding e isto precisa acontecer com mais orçamento da União, além da participação de vários agentes financeiros. Mas vale dizer que, para solucionar este gargalo, estamos trabalhando junto ao governo federal para trazer mais o BNDES como financiador do setor.

Além disso, estamos trabalhando também para estimular mecanismos de captação de recursos no mercado de capitais, tanto no mercado domestico como internacional. Dentro desta agenda, estamos aguardo aprovação do Congresso para um projeto de lei que dê mais estímulos para a emissão de debentures de infraestrutura por parte de empresas, o que beneficia o investidor institucional.

Outro ponto importante são os esforços do governo para estruturar modalidades de hedge cambial, as quais trarão mais segurança às captações realizadas no exterior, além de mais segurança ao investidor estrangeiro para investir em infraestrutura. 

Esse misto de soluções financeiras traz um padrão distinto de programas de infraestrutura feitos no Brasil, os quais, no passado, tiveram dificuldades de viabilidade, pois havia poucos agentes e soluções de financiamento disponíveis.

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