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O que a Anglo American planeja para o Brasil

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O que a Anglo American planeja para o Brasil

No final de 2023, a Anglo American nomeou Ana Sanches como sua CEO para o Brasil, tornando-a a primeira mulher a liderar uma grande mineradora no país. Além disso, Sanches foi recentemente nomeada presidente do conselho diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A executiva, que administrará até R$ 13 bilhões (US$ 2,6 bi) em investimentos até 2028, conversou com o BNamericas sobre seus planos.

BNamericas: Quais são as metas prioritárias na sua gestão à frente da Anglo American no Brasil?

Sanches: Temos um trabalho que já vem sendo feito, mas precisa ser intensificado: comunicação.

Nós precisamos mostrar para a sociedade, para as comunidades na região onde atuamos, a importância da mineração. O quão essencial é nossa indústria e, ao mesmo tempo, mostrar também que podemos e estamos operando de uma forma responsável, de uma forma sustentável.

Queremos trabalhar junto à sociedade tendo uma escuta ativa para entender as demandas de uma forma transparente para que as pessoas confiem em nosso trabalho. Diria que este é um aspecto mais geral.

Também quero deixar um legado nas pessoas que trabalham aqui, fazer com que tenham vontade de trabalhar conosco, criar oportunidades, fazer com que as pessoas se sintam desafiadas, em um ambiente de trabalho seguro, íntegro, que deixe as pessoas psicologicamente seguras.

Quero reforçar a excelência da Anglo American na relação que tem com as comunidades, meio ambiente, gestão da água, avançar em toda nossa jornada ligada à descarbonização.

BNamericas: A Anglo American tem um plano de investimentos já anunciado de aproximadamente R$ 13 bi até 2028. Você poderia detalhar como esse montante será investido e como isso está relacionado com os objetivos mencionados?

Sanches: Cerca de R$ 4 bilhões está sendo investido numa planta de filtragem de rejeitos na área operacional em Minas Gerais.

É um investimento muito relevante porque com isso teremos capacidade de filtrar 85% dos rejeitos do complexo Minas-Rio e evitar o envio das sobras para a barragem.

Além disso, temos também uma série de iniciativas relacionadas a ações com as comunidades onde atuamos, o que mostra que todo o discurso que temos é também assumido na prática dos nossos negócios.

BNamericas: Quais são as iniciativas em andamento na Anglo American no Brasil para redução das emissões nas atividades?

Sanches: Desde 2012, 100% dos nossos contratos de energia são de fontes renováveis.

Em 2022, teve início nossa parceria com a Casa dos Ventos para a produção de energia eólica. Ou seja, nossa matriz de energia hoje é uma matriz de energias renováveis.

Mas ainda temos desafios que queremos superar, em especial os relacionados aos nossos equipamentos pesados, que ainda hoje, em grande parte, são movidos a diesel.

Há dois anos, nós lançamos na África do Sul o desenvolvimento de um projeto de caminhão a hidrogênio, que mostra nosso esforço global rumo à redução de emissões.

Paralelamente a isso, queremos trazer para nossa frota no Brasil 10 caminhões híbridos para operarem no nosso projeto Minas-Rio, posteriormente caminhando para soluções relacionadas a outros maquinários pesados nossos.

[Nota do editor: os caminhões híbridos mencionados pela executiva, que poderiam ser usados na unidade do Brasil, já foram adquiridos pela unidade internacional da empresa. São modelos que obtêm parte da energia usada na recarga da sua bateria, do próprio relevo das minas onde opera, não sendo considerados 100% elétricos, mas gerando redução nas emissões.]

BNamericas: Quais outras iniciativas relacionadas à sustentabilidade estão sendo consideradas pela empresa?

Sanches: Temos também em andamento, vários estudos para aumentarmos o reuso da água na nossa atividade. Já temos iniciativas em andamento para o reuso da água no Porto do Açu.

[Nota do editor: a empresa quer aumentar a reutilização da água utilizada na operação do mineroduto de 529 quilômetros de extensão que transporta minério de ferro de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, ao porto em São João da Barra, no Rio de Janeiro.]

Estamos atuando em diversas frentes rumo à sustentabilidade.

BNamericas: A Anglo American divulgou recentemente expectativa de produção de 23 a 25 milhões de toneladas de minério de ferro e de 36 e 38 mil toneladas de níquel para 2024. Para 2025, a previsão para a produção é de 22 a 24 milhões de toneladas de minério de ferro e de 35 a 37 mil toneladas de níquel. Tais previsões estão mantidas?

Sanches: Sim, essa previsão está mantida. Em 2025 teremos uma redução da produção porque a cada cinco anos temos que cumprir um protocolo de inspeção do nosso mineroduto, por isto é uma redução programada no ano que vem.

BNamericas: Qual a projeção para o mercado de níquel e minério de ferro esse ano?

Sanches: No Níquel temos visto uma queda de preços, pela questão da Indonésia [entrada em operação de novos projetos de níquel na Indonésia] e fica aquela dúvida sobre se comportarão as dinâmicas da oferta e demanda. O que temos ouvido de analistas é que os preços não vão se recuperar muito ao longo do ano.

No caso do minério de ferro, nós temos um produto com grande diferencial, que é um minério de alto teor, demandado por empresas que buscam uma produção de aço verde.

Porém, apesar de nossos principais clientes serem hoje dos Emirados Árabes, Japão e só um pouco da China, ainda quem dita a dinâmica de preço no minério de ferro é a China, por isto o desempenho de preços do minério depende muito do desempenho da economia da China.

BNamericas: O que representa o acordo recentemente anunciado entre Anglo American e Vale, em relação aos ativos Minas-Rio da Anglo American e os recursos de minério de ferro da Vale na Serra da Serpentina, em Minas Gerais?

Sanches: Este acordo, assim que for aprovado pelos órgãos reguladores, representa a longevidade das operações de minério de ferro da companhia no Brasil e é um acordo positivo para a região.

Com esse acordo passaremos a desenvolver estudos para fase de expansão de mina na região.

BNamericas: Você assumiu o posto de presidente do conselho do Ibram recentemente. Como você avalia hoje o atual ambiente de negócio da mineração brasileira de forma geral?

Sanches: Eu vejo o setor de mineração no Brasil demonstrando muita vontade hoje em dia de fazer a coisa certa, trabalhar de forma harmônica com a sociedade.

No Ibram, eu vejo que temos que ter cada vez mais a tarefa de assumir uma voz única entre todas as mineradoras, grandes e pequenas, buscando entendimentos sobre temas relevantes do setor.

 

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