
Por que a brasileira Delta Geração continuará focada no gás natural

Localizada em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a termelétrica William Arjona (190 MW) foi a primeira a utilizar gás natural no Brasil.
Após dois anos de inatividade, foi adquirida em 2019 pela Delta Geração, do grupo Delta Energia, que espera um cenário positivo para a usina, tanto nas frentes de abastecimento de gás quanto de geração de energia.
Nesta entrevista, o presidente da Delta, Alessandro di Domenico, fala sobre a situação do empreendimento e as oportunidades futuras.
BNamericas: A Delta continuará focando exclusivamente no gás natural para geração de energia ou outras fontes estão sendo consideradas?
Domenico: O plano é focar no gás natural, tendo em vista a grande oferta que haverá nos próximos anos tanto do pré-sal e onshore brasileiros quanto dos produtos de GNL [gás natural liquefeito].
E agora também está se falando do gás barato que pode vir da Argentina por novos gasodutos.
Enxergamos este cenário como algo muito próspero para o país, pois o Brasil está banhado por gás por todos os lados.
O pré-sal é muito promissor, mas depende de novas infraestruturas. Vaca Muerta [na Argentina] é uma reserva incrível, uma das maiores do mundo e que pode oferecer um produto bem barato, mas que também depende de uma infraestrutura de transporte. É notório que há um declínio da produção na Bolívia. Então, pode-se aproveitar a infraestrutura existente, com a Bolívia auxiliando com essa capacidade de transporte eventualmente ociosa. Isto pode colaborar com o mercado de geração termelétrica no sentido de ampliar a oferta de gás.
Durante o período de escassez hídrica, em 2021, tivemos fornecimentos vindos da Bolívia e da própria Petrobras. A térmica [William Arjona] está conectada à rede da TBG [operadora do gasoduto Bolívia-Brasil Gasbol], que está conectado ao gás boliviano. Mas não necessariamente precisamos comprar da Bolívia. Somos um consumidor livre de gás, podendo escolher nossos supridores.
BNamericas: Como tem sido o desempenho operacional de William Arjona desde a crise hídrica de 2021?
Domenico: Nós adquirimos a William Arjona em meados de 2019. Ela estava inativa desde 2017. Então, fizemos alguns investimentos, manutenções necessárias para torná-la apta, e a enquadramos em um perfil sem contrato [de aquisição de gás] no ambiente regulado, com as distribuidoras. Depois houve aquela demanda energética em meio à escassez hídrica, quando todas as térmicas foram chamadas a operar.
Após 2021, o país passou por um período chuvoso muito intenso, que se mantém em 2022, de modo que os reservatórios hidrelétricos começaram a se recuperar em todos os submercados, permitindo o desligamento de muitas usinas.
Mas as térmicas têm um papel de segurança energética, de controle de tensão e frequência colaborando com a inércia de um sistema que conta com uma grande gama de fontes intermitentes.
BNamericas: A William Arjona vendeu energia no leilão de dezembro de 2021. Há sobra de energia que ainda pode ser comercializada?
Domenico: O leilão foi realizado em dezembro de 2021, com compromisso de fornecimento somente em 2026. De qualquer forma, estamos atentos a oportunidades que possam surgir, como eventuais processos de exportação de energia. A própria Argentina é muito demandante por energia no período do inverno. Além disso, há possibilidade associadas às questões elétricas que ocorrem no Brasil, como as demandas do operador para ajudar no controle de tensão e frequência.
Os cenários estão confortáveis para 2023, quiçá 2024, mas não se pode mais dizer que os reservatórios são plurianuais. A história tem nos demonstrado que esses períodos de escassez hídrica são recorrentes, cíclicos e podem voltar a acontecer. Então, temos que estar preparados para esses momentos.
BNamericas: Vocês pretendem participar dos leilões previstos para 2023?
Domenico: Sim. Temos interesse em viabilizar projetos e condições novas para participar. Sobretudo porque haverá no país uma descontratação, até 2030, das termelétricas mais antigas, que participaram dos leilões de energia nova mais antigos. Portanto, haverá uma substituição da matriz e uma necessidade de mais capacidade.
O nosso foco são os leilões de reserva de capacidade, que já se mostraram um grande atributo, uma solução energética boa para o sistema.
Tenha acesso à plataforma de inteligência de negócios mais confiável da América Latina com ferramentas pensadas para fornecedores, contratistas, operadores, e para os setores governo, jurídico e financeiro.
Notícias em: Óleo e Gás (Brasil)

Argentina lança licitação de transmissão de Catamarca
Além disso, um desenvolvedor envia um projeto de armazenamento de energia renovável de US$ 220 milhões para avaliação no Chile, o Uruguai cobre 25%...

Quais desinvestimentos da Petrobras estão potencialmente em risco?
A petrolífera estatal tem mais de 20 processos de venda que podem ser cancelados.
Assine a plataforma de inteligência de negócios mais confiável da América Latina.
Outros projetos em: Óleo e Gás (Brasil)
Tenha informações cruciais sobre milhares de Óleo e Gás projetos na América Latina: em que etapas estão, capex, empresas relacionadas, contatos e mais.
- Projeto: UTE Prosperidade III (antiga Boltbah e Termoirapé I)
- Estágio atual:
- Atualizado:
2 horas atrás
- Projeto: Bloco BM-PAMA-8
- Estágio atual:
- Atualizado:
2 dias atrás
- Projeto: Bloco BM-PAMA-3
- Estágio atual:
- Atualizado:
2 dias atrás
- Projeto: Bloco BM-BAR-1
- Estágio atual:
- Atualizado:
2 dias atrás
- Projeto: Bloco POT-M-859
- Estágio atual:
- Atualizado:
2 dias atrás
- Projeto: Bloco POT-M-952
- Estágio atual:
- Atualizado:
2 dias atrás
- Projeto: Usina de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Norte
- Estágio atual:
- Atualizado:
3 dias atrás
- Projeto: Terminal Portuário de Macaé (TEPOR)
- Estágio atual:
- Atualizado:
3 dias atrás
- Projeto: Campo de Lagoa Suruaca
- Estágio atual:
- Atualizado:
3 dias atrás
- Projeto: Campo Fazenda Cedro
- Estágio atual:
- Atualizado:
3 dias atrás
Outras companhias em: Óleo e Gás (Brasil)
Tenha informações cruciais sobre milhares de Óleo e Gás companhias na América Latina: seus projetos, contatos, acionistas, notícias relacionadas e muito mais.
- Companhia: OceanPact Serviços Marítimos S.A.  (OceanPact)
-
A descrição incluída neste perfil foi retirada diretamente de uma fonte oficial e não foi modificada ou editada pelos pesquisadores do BNamericas. No entanto, pode ter sido trad...
- Companhia: Trafigura do Brasil Importação Exportação e Comércio Ltda.  (Trafigura do Brasil)
-
A descrição incluída neste perfil foi retirada diretamente de uma fonte oficial e não foi modificada ou editada pelos pesquisadores do BNamericas. No entanto, pode ter sido trad...
- Companhia: Dril-Quip do Brasil Ltda.  (Dril-Quip do Brasil)
-
A descrição contida neste perfil foi extraída diretamente de uma fonte oficial e não foi editada ou modificada pelos pesquisadores da BNamericas, mas pode ter sido traduzida aut...
- Companhia: Baru Offshore Navegação Ltda.  (Baru Offshore)
-
A descrição incluída neste perfil foi retirada diretamente de uma fonte oficial e não foi modificada ou editada pelos pesquisadores do BNamericas. No entanto, pode ter sido trad...
- Companhia: Gas Bridge Comercializadora S.A.  (GBC)
-
A descrição incluída neste perfil foi retirada diretamente de uma fonte oficial e não foi modificada ou editada pelos pesquisadores do BNamericas. No entanto, pode ter sido trad...
- Companhia: Cosan S.A.  (Cosan)
-
A Cosan é uma holding brasileira que se dedica à produção de etanol, açúcar, biocombustíveis e energia elétrica, investimentos em propriedades agrícolas e distribuição de combus...
- Companhia: Karavan O&G Participações e Consultoria Ltda