
Setor argentino de mineração luta para manter sua força
Apesar da promessa da mineração na Argentina e de sua abertura ao investimento estrangeiro, hoje ela enfrenta um cenário complexo. A inflação está fora de controle, chegou a 6,3% em outubro ante o mês anterior, e a alta anual dos preços é de 88%, podendo ultrapassar 100% no restante do ano, alertam os especialistas.
Soma-se a isso a desaceleração das importações de insumos básicos para a produção, o que tem gerado entraves para as empresas.
É um cenário que preocupa associações setoriais, como a Câmara Argentina de Empresários de Mineração e o Conselho Federal de Mineração, cujas entidades têm alertado para uma possível queda nas exportações mineiras, além de atrasar a construção e o início de novas operações de mineração no país.
Para entender o que está acontecendo no atual cenário de mineração da Argentina e quais são as projeções para o próximo ano, a BNamericas conversou com Mario Belardinelli, sócio-líder de mineração da consultoria KPMG.
BNamericas: Quais são as perspectivas da mineração na Argentina para o ano que vem?
Belardinelli: As projeções de investimentos que o setor previu para este ano são, hoje, afetadas por um conjunto de variáveis: por um lado, a queda sustentada dos preços dos metais, a qual ainda é baixa em comparação com os últimos três anos – embora, no caso do ouro, tenha recentemente havido um pequeno sinal de recuperação. Por outro lado, a inflação e o aumento dos custos de produção, da ordem de 30% em dólares, somam-se às restrições do dólar para a compra de insumos críticos.
Com exceção feita aos projetos de lítio nas províncias do noroeste da Argentina, acompanhados por uma crescente demanda global impulsionada pelas metas de fabricação de veículos elétricos que, por sua vez, elevam o preço desse insumo, o restante das iniciativas que visam a construção de novos minas no resto do país não apresenta uma data de início específica para o momento.
BNamericas: Quais serão as principais tendências e projetos que entrarão em operação ao longo de 2023?
Belardinelli: O valor dos investimentos no setor originalmente estimado para 2022 ultrapassou US$ 9 bilhões. Quase todo o valor projetado foi destinado a dois grandes grupos: metade é explicada pelo projeto de lítio no NOA [setor noroeste argentino que inclui as províncias de Jujuy, Salta e Catamarca] e quase todo o resto depende de um único empreendimento: o projeto de cobre Josemaría, na província de San Juan.
Pelo contrário, embora a província de Santa Cruz tenha se destacado nos últimos três anos por ser responsável por metade das exportações de mineração do país, o valor do investimento orçado não incluiu planos de construção de novas minas na província ou ampliações das existentes.
Sem dúvida, Josemaria carrega importantes expectativas, não só porque a sua entrada em funcionamento revolucionaria todo o setor pelos requerimentos de empregos, bens e serviços, mas também porque mudaria abruptamente o mapa da mineração argentina e posicionaria o país no cenário mundial dos produtores de cobre. Além destas expectativas, hoje a maior preocupação do setor é sustentar pelo menos os projetos em andamento e em produção.
BNamericas: Quais os riscos envolvidos nas limitações à importação de insumos de mineração?
Belardinelli: O problema se arrasta desde o início do ano. Infelizmente, há atrasos nos processos de aprovação do Sistema de Importações da República Argentina [SIRA] e do Sistema de Importações da República Argentina e Pagamentos por Serviços no Exterior [SIRASE]. Os entraves à importação de insumos essenciais já prejudicam a produção de ouro e prata e a construção de projetos de lítio e cobre. Para a indústria, é fundamental ter acesso a insumos para produzir e seguir com a construção de expansões e novos empreendimentos. Se a situação atual continuar, acredito que o ritmo de produção possa ser colocado em risco.
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