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Voith Hydro: ‘O mercado na América Latina, principalmente no Brasil, é maior do que imaginávamos’

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Voith Hydro: ‘O mercado na América Latina, principalmente no Brasil, é maior do que imaginávamos’

Especialista em soluções para a hidrogeração de energia, a Voith Hydro prevê forte demanda por serviços de modernização de usinas no Brasil. 

Um estudo feito pela empresa projeta que esse mercado atrairá investimentos da ordem de € 1,3 bilhão por ano em 2024 e 2025. 

Em entrevista à BNamericas, o diretor-geral da Voith Hydro América Latina, Hans Poll, falou dos projetos em que a empresa está envolvida e sobre a perspectiva de negócios.

BNamericas: Qual o cenário para serviços de modernização/melhorias de hidrelétricas no Brasil?

Poll: Depois do meu retorno do Canadá, onde trabalhei por sete anos, uma coisa que me deixou bastante otimista é que o mercado na América Latina, principalmente no Brasil, é maior do que imaginávamos, aparentemente.

Fizemos um estudo sobre esse mercado, e existe perspectiva de que, nos próximos dois anos, seja demandado um investimento de cerca de € 1,3 bilhão, ou R$ 7 bilhões, por ano na modernização de hidrelétricas na América Latina, sendo pelo menos 90% no Brasil. Isso sem contar a construção de usinas novas.

BNamericas: Quantas plantas devem demandar esses serviços nos próximos anos?

Poll: Só em termos de modernização seriam cerca de 15 hidrelétricas espalhadas por todo o país, de norte a sul. São plantas grandes, a maioria com reservatórios. Não estou incluindo PCHs [pequenas centrais hidrelétricas].  

São plantas que, depois de 30, 40 anos do início de operações, certamente demandarão algum tipo de serviço de modernização.

BNamericas: O que esses serviços envolvem, de maneira geral?

Poll: A partir de 30 anos há necessidade de trocar a parte ativa, o enrolamento dos geradores.

Uma turbina indisponível pode resultar em uma parada não programada e multas ao gerador. Então é preciso haver manutenção. E, durante a manutenção, é possível fazer melhorias, como aumentar a potência da máquina e melhorar sua eficiência.

Há também a questão da automação da usina. O software e o hardware precisam de atualizações.

Em resumo, eu diria que os serviços envolvem a substituição de peças que sofreram desgaste; aumento de potência e rendimento e atualização do software e hardware da máquina.  

Em um país como Canadá, na prática é mais barato trocar uma peça por uma nova do que repará-la. E, lá, o planejamento é feito com muita antecedência. 

No Brasil, isso é diferente. O prazo costuma ser mais curto e, em muitos casos, é feita uma reforma, uma melhoria, com serviços de usinagem e repintura das peças, por exemplo. Não se costuma comprar peça nova.

Mas, muitas vezes, em uma reforma, ocorrem surpresas. Uma peça que, antes estava prevista para ser trocada, pode precisar ser substituída. Então há o risco de não ter a máquina voltando a operar dentro do cronograma previsto.

Portanto, é preciso fazer um planejamento com maior antecedência, quatro anos antes – não um ano e meio desde a assinatura do contrato, como acontece.

Nós investimos, nos últimos 15 anos, quase R$ 200 milhões no Brasil para montar um parque de máquinas operatrizes para fazer uma usinagem de última geração, viabilizando uma modernização no tempo certo e de forma adequada.  

BNamericas: Em que projetos e contratos a Voith está envolvida atualmente?

Poll: Temos vários projetos de modernização com a Eletrobras, entre eles as usinas de Paulo Afonso 2 e 4 e Porto Colômbia.  

BNamericas: E quanto ao mercado de outros países da América Latina, quais as expectativas?

Poll: Estamos fornecendo máquinas Kaplan para a EBY no complexo de Yacyretá, entre o Paraguai e a Argentina, e temos uma máquina Kaplan no Chile para a Statkraft. São os contratos que temos de máquina nova na América do Sul.

Há também uma usina em Honduras – El Tornillito – para a qual estamos fornecendo equipamentos. Mas ela ainda não saiu do papel como obra civil.

Onde vemos maior demanda fora do Brasil é na América do Norte, especificamente nos EUA e Canadá. Já existe uma onda grande de modernizações e isso deve crescer, com o plano do [presidente dos EUA, Joe] Biden [que prevê o aumento de investimentos em fontes renováveis].

Infelizmente, o Brasil não fazer parte do Trade Agreements Act nos colocou em posição desfavorável para exportação de equipamentos para clientes norte-americanos, apesar de sermos muito competitivos.

Esperamos que, nos próximos anos, tenhamos novamente uma retomada de usinas novas no Brasil.

Isto é importante para a estabilização do sistema elétrico nacional, pois as hidrelétricas são as melhores máquinas para o tipo de sistema elétrico que temos no país: são mais flexíveis, pois têm grande inércia nos geradores, e conseguem injetar carga adicional rapidamente no sistema.

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