
Avanço do open banking incentiva a disseminação das multilatinas de tecnologia

O progresso nas regulamentações ou discussões legislativas para permitir maior integração e transparência dos dados bancários – o chamado open banking, ou open finance – na América Latina está promovendo a expansão internacional de empresas regionais de tecnologia especializadas nessas áreas.
À medida que mais países regulamentam e autorizam o open banking, empresas que antes se dedicavam a um único mercado estão encontrando oportunidades de expandir e diversificar suas bases de clientes. O mesmo vale para as novas regulamentações de pagamento eletrônico.
Por exemplo, a Sensedia, plataforma brasileira de gerenciamento de interface de programação de aplicações (API) voltada para o setor financeiro, acaba de lançar operações no México, buscando oportunidades nos setores de open banking e pagamentos.
“Iniciamos o processo no México há cerca de seis meses com atividades de prospecção. Já temos dois contratos, novos contratos, com empresas que operam no México, sendo uma delas uma seguradora internacional com sede na Alemanha”, disse à BNamericas o diretor de negócios da Sensedia para a América Latina, Alexandre Gomes.
No México, a Sensedia se concentra nos setores de bancos, meios de pagamento, seguros e varejo. A empresa também lançou uma operação nos EUA este ano.
A companhia disse que cresceu 70% no ano passado, o que Gomes atribuiu ao crescimento das plataformas de e-commerce, open banking e marketplace, além de pagamentos eletrônicos e carteiras digitais, todos segmentos que contam com o uso de APIs para operar.
“Pelo menos metade do nosso crescimento está ligado à verticalização de ‘opens’ específicos [open banking, open insurance, open finance]. Eu chamo isso de ‘open everything’”, disse ele.
Em 2021, a empresa recebeu uma contribuição de R$ 120 milhões (US$ 23,4 milhões) da Riverwood Capital e 80% dos recursos serão destinados à expansão global, apontou Marcílio Oliveira, cofundador e chefe de crescimento da Sensedia, à BNamericas.
A empresa informa ter cerca de 200 clientes em todos os seus mercados, dos quais 30 são exclusivamente relacionados com o open banking no Brasil, segundo Gomes.
Eles incluem os bancos Original e BMG no Brasil, pioneiros na integração de APIs para sistemas de pagamento no país. Este último realizou a primeira implementação de API para o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos PIX, utilizando a plataforma Sensedia, segundo os executivos.
Os diretores veem Brasil e Colômbia como líderes em maturidade no open banking, com o México vindo em seguida, “em fases”. Gomes disse, ainda, que o Brasil foi o primeiro país a regulamentar o open insurance.
“Todos os outros países querem ter uma arquitetura padrão de open banking. Eles precisam ter pelo menos uma tecnologia compatível”, explicou o executivo.
A Sensedia apoia empresas com soluções técnicas desde 2007, e seus produtos e serviços incluem uma plataforma de gerenciamento de APIs, governança adaptativa e conectores de nuvem, entre outros.
A empresa tem escritórios no Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Espanha, Suíça, Lituânia, Peru, Brasil e agora no México e nos EUA.
Ao competir com players globais multiprodutos, como Google, IBM, Microsoft, Red Hat, Software AG, TIBCO e Axway, por exemplo, o objetivo final do grupo é ter até 30% do mercado de “plataformas de aplicações modernas”, segundo Gomes.
PROMETEO
Outra empresa de API que está se expandindo internacionalmente após o avanço do open banking é a uruguaia Prometeo, que afirma ser a maior plataforma de open banking da América Latina liderada por uma mulher.
No início deste mês, a empresa disponibilizou para toda a América Latina uma solução de pagamento conta a conta (A2A) que já estava disponível na Colômbia, Peru e Uruguai. A Prometeo planeja abrir um escritório no México até o final do ano.
“A equipe fundadora da Prometeo é uruguaia e as primeiras APIs foram desenvolvidas naquele país, então é onde temos mais experiência no desenvolvimento de infraestrutura. Algo semelhante aconteceu conosco com o Peru, que é nosso mercado mais forte e onde tivemos mais demanda por este produto”, disse a fundadora e co-CEO da Prometeo, Ximena Alemán, à BNamericas.
“O que acontece com a Colômbia é que a estrutura regulatória para iniciação de pagamentos foi lançada recentemente, e nos pareceu estratégico sermos os primeiros a disponibilizar essa solução naquele mercado. Também temos demanda orgânica de clientes em todos os mercados que já estão testando nossa solução”, acrescentou.
A solução de pagamento permite que os clientes da Prometeo integrem pagamentos de contas bancárias em seus canais digitais por meio da plataforma da empresa.
Segundo Alemán, a infraestrutura de pagamentos “é o próximo passo natural para o open banking na região”.
A plataforma API da Prometeo hospeda mais de 40 instituições financeiras e mais de 110 APIs em 10 países da América Latina.
MERCADO
O Brasil, maior mercado financeiro da região, também está na vanguarda da regulamentação do open banking em termos de escopo e complexidade de seu sistema.
Atrás dele vem o México, um dos primeiros a implementar regulamentos de open banking na região. Colômbia, Chile e Argentina estão em fase inicial de negociações ou já apresentaram propostas regulatórias.
No mundo, estima-se que o open banking cresça para um mercado de cerca de US$ 43,1 bilhões em 2026, de acordo com a Allied Market Research. A plataforma de dados Platformable identificou 1.578 plataformas bancárias que disponibilizam APIs no final do segundo trimestre, o que representa um crescimento de 8% em relação ao ano anterior.
De acordo com a Platformable, 80 países tinham regulamentações de open banking em vigor no final de junho, enquanto 75 estavam implementando regras ou perto de fazer isso.
No Brasil, um estudo conduzido pela Serasa Experian em abril estimou que o open banking tem potencial para injetar R$ 760 bilhões em crédito na economia em 10 anos, dos quais R$ 461 bilhões seriam para pessoas físicas. Em cinco anos, o valor disponível para pessoas físicas seria de R$ 94 bilhões.
No país, a participação no ecossistema de compartilhamento de dados é restrita a empresas aprovadas pelo Banco Central, e elas devem fornecer APIs dedicadas ao compartilhamento de dados.
“À medida que o sistema amadurece, a dinâmica se torna mais natural e os benefícios ficam mais conhecidos, a tendência é que o acesso das instituições ao open finance e ao open insurance aumente, bem como o número de usuários que concordam com o compartilhamento de dados”, comentou Lorain Pazzetto, chefe do setor de open finance do Grupo FCamara, um grupo de consultoria para transformação digital focado em comércio eletrônico e finanças.
Em julho, a FCamara captou R$ 100 milhões em crédito conversível do BTG Pactual para fazer aquisições e internacionalizar a operação. A empresa tem como meta uma receita de R$ 500 milhões em 2022
A empresa atua em Portugal, no México e nos Estados Unidos, além do Brasil, e planeja entrar na Colômbia e no Reino Unido nos próximos meses.
Na semana passada, a plataforma de API de open banking/finance Belvo, com sede no México, recebeu um investimento não revelado do Citi Ventures, grupo de investimento de capital de risco do Citi, que se somará aos US$ 43 milhões arrecadados anteriormente nas rodadas da Série A. Os rendimentos serão destinados a medidas de aprimoramento e expansão do produto.
Fundada em 2019, a Belvo afirma fornecer conectividade a mais de 60 instituições financeiras por meio de sua plataforma de API.
Também relata trabalhar com mais de 150 clientes, incluindo o Citibanamex, o segundo maior banco do México e parte do Grupo Citi, além de instituições financeiras e fintechs no México, Brasil e Colômbia, como Tribanco, Rappi, Mobills e Mercado Livre.
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