Colômbia trabalha em estudos para corredor interoceânico

A Agência Nacional de Infraestrutura da Colômbia (ANI) está preparando dois estudos de pré-viabilidade para habilitar o primeiro corredor ferroviário interoceânico do país, um projeto logístico com potencial para se tornar uma parceria público-privada (PPP).

O corredor poderia levar a uma redução de 26% nos custos de transporte e possibilitaria ao país conectar 76% do PIB nacional por ferrovia, indicou o vice-presidente de estruturação da ANI, Jonathan Bernal, durante sua participação no PPP Américas 2023, organizado pelo BID na Cidade do Panamá.

“O país tem a oportunidade de conectar o Pacífico colombiano com o Atlântico, conectar os dois oceanos, e já estamos tornando isso uma realidade”, acrescentou.

Segundo declarações anteriores da ANI, a ideia é usar o corredor ferroviário La Dorada-Chiriguaná e conectá-lo com o corredor Bogotá-Belecito, no lado leste, e a Rede Ferroviária do Pacífico – em fase de estruturação –, no lado oeste.

Os estudos para a reativação do Corredor Ferroviário Pacífico, entre o Porto de Buenaventura e sua conexão com o Corredor Ferroviário Central, começaram em dezembro, e terão suporte do Fundo de Desenvolvimento Nacional (FDN), que assinou um contrato de 24 bilhões de pesos (US$ 5 mi) válido por 15 meses.

O estudo determinará como conectar os portos do Pacífico e o Corredor Ferroviário Central, a espinha dorsal do sistema. “Esta estruturação deverá terminar em março do próximo ano, para depois outorgar a viabilidade e poder conceder [o projeto em parceria público-privada] antes de 2026”, explicou Bernal.

Em paralelo, a ANI divulgou no mês passado as especificações finais para a contratação de uma consultoria de cerca de US$ 5 milhões para o estudo de pré-viabilidade da ligação ferroviária de carga e passageiros entre o trecho Bogotá-Cundinamarca e o Corredor Ferroviário Central.

“Esperamos poder outorgar na próxima semana, também em pré-viabilidade, esta conexão”, disse.

Na semana passada, a agência concedeu um contrato de 12 meses no valor de 71,7 bilhões de pesos ao consórcio San Felipe Férreo para garantir a continuidade operacional de La Dorada-Chiriguaná. Entretanto, a ANI e a FDN estão estruturando um contrato de PPP de 10 anos, o qual será outorgado no segundo semestre de 2024.

A gestão de Gustavo Petro aposta na reativação do setor ferroviário como parte de iniciativas de sustentabilidade.

Com contribuição de Mercedes Alvaro.