
Como a Antel do Uruguai está exercitando seus músculos internacionalmente

A estatal de telecomunicações uruguaia Antel não é apenas líder no mercado doméstico, com 46% das conexões móveis do país e 99% dos acessos de banda larga fixa, mas também um player cada vez mais internacional com ofertas B2B se espalhando para o Brasil, Argentina e além.
“A Antel é uma empresa uruguaia, localizada no Uruguai, mas para a empresa ter uma presença expandida na América do Sul é estratégico, especialmente considerando seus cabos submarinos e seus negócios de interconexão e capacidade de dados”, disse Fernando López Rodríguez, gerente da Antel para o Brasil, à BNamericas.
Além dos vizinhos sul-americanos, a empresa possui uma subsidiária nos Estados Unidos e atende clientes, por meio de infraestrutura de terceiros, no Chile.
No Brasil, a Antel está legalmente estabelecida desde 2017. Foi nos últimos quatro anos, porém, que a empresa começou a vender seus serviços no país de forma mais ativa, segundo o executivo.
O número exato de clientes corporativos não é revelado, mas a Antel é parceira, ao lado da Algar Telecom, Angola Cables (TelCables Brasil) e Google no cabo submarino Monet.
Monet é um cabo de 10.556 km que conecta Boca Raton, nos Estados Unidos, a Fortaleza e Praia Grande, no Brasil.
A Antel também é co-proprietária com o Google de outro cabo latino-americano, o Tannat de 2 mil km de extensão, que conecta o Uruguai à Argentina e ao Brasil, e também se conecta ao Monet para chegar aos EUA.
Foi esse sistema Tannat-Monet combinado que permitiu à Antel tornar-se efetivamente um player internacional em conectividade B2B e diversificar suas fontes de receita.
Mas se no Uruguai a empresa desfruta de uma presença de mercado relativamente confortável, na Argentina e, sobretudo, no Brasil, há um grande número de empresas locais e multinacionais que oferecem serviços de interconexão, tráfego de dados, hospedagem e peering.
“O mercado está cada dia mais agressivo. Existem muitas empresas que estão tentando se impor no mercado e que podem não ter o respaldo econômico que a Antel tem”, disse o executivo, que falou à BNamericas durante recente evento do ISP em São Paulo.
López Rodríguez diz que muitas empresas estão oferecendo preços bastante agressivos e que, a seu ver, não seriam sustentáveis no médio e longo prazos.
“O posicionamento da Antel é ser competitiva não só em preço, mas também em oferecer o diferencial de sua rede, qualidade, SLA [acordo de nível de serviço].”
CONCORRÊNCIA
Em relação ao cabo proprietário da Firmina, para uso próprio, que o Google deve ativar em breve, ligando a costa leste dos Estados Unidos a Las Toninas, na Argentina, com pontos de desembarque em Praia Grande e Punta del Este, no Uruguai, López Rodríguez não vê grande problema na iniciativa.
O cabo exclusivo do Google basicamente tem a mesma rota e pontos de aterrissagem semelhantes aos do Monet. No entanto, o executivo da Antel disse que “são negócios diferentes, com interesses diferentes”.
“Vejo com bons olhos as empresas construindo cada vez mais cabos, o fato de estarem aumentando sua participação na região, com conteúdo local e presença local. É bom para todos. Firmina não vai necessariamente tirar o tráfego de Monet.”
Além de Monet e Tannat, a Antel é proprietária dos cabos proprietários Bicentenario e Unisur que ligam a Argentina ao Uruguai, e tem participação (uso de fibra) nos cabos Malbec e BRUSA.
A Malbec é co-propriedade da GlobeNet (V.tal) e Meta, e conecta a Argentina ao Brasil, enquanto a BRUSA é propriedade da Telxius e conecta o Brasil aos EUA.
EXPANSÕES
Por enquanto, a Antel não tem projetos de novos cabos submarinos, seja em consórcios ou por conta própria, disse o executivo.
O foco está mais na expansão dos pontos de presença (PoPs) e pontos de interconexão no Brasil, Chile e Argentina, além dos Estados Unidos e Europa.
“Pretendemos agregar alguns pontos de presença no Chile e alcançar outros pontos de intercâmbio também em outros países da América do Sul”, disse López Rodríguez.
Atualmente, a Antel possui 14 PoPs em datacenters no Brasil, sendo a maioria em São Paulo e no Rio Grande do Sul, seguidos pelo Rio de Janeiro e Fortaleza.
“A Antel tem uma posição no Rio Grande do Sul [fronteira com o Uruguai], principalmente em Porto Alegre, o que é um diferencial e tanto. É o único provedor que oferece uma saída sul daquele estado. Todos os outros provedores oferecem a saída norte, para São Paulo”, disse o country manager.
Entre os principais clientes da empresa no Brasil e na Argentina estão provedores de internet e grandes empresas de conteúdo e internet.
NEGÓCIOS DOMÉSTICOS
No Uruguai, em relação ao B2C, a Antel acaba de anunciar a ativação de sua rede 5G em quatro dos 19 departamentos do país: Montevidéu, Canelones, Colônia e Maldonado.
Espera-se que o serviço se expanda gradualmente para cobrir todo o território nas próximas semanas, começando por Flores, Río Negro e Paysandú.
A ativação ocorre após a empresa garantir 100 MHz na faixa de 3,5 GHz, que já estava reservada para seu uso, no leilão de 5G do país, realizado em maio.
Em 2019, a Antel lançou a primeira rede 5G comercial da América Latina, inicialmente em caráter experimental, em pequenas cidades.
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Notícias em: TIC (Uruguai)

Panorama do mercado uruguaio de telecomunicações
No primeiro semestre, a estatal de telecomunicações Antel atingiu uma participação de mercado de 58%, seguida por Movistar e Claro.

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