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Empresas latino-americanas de TV a cabo e internet se concentram em fibra ótica

Bnamericas Publicado: quinta-feira, 19 janeiro, 2023
Empresas latino-americanas de TV a cabo e internet se concentram em fibra ótica

Provedores de TV a cabo e internet na América Latina estão concentrando seus investimentos em fibra ótica, tanto para expandir a cobertura quanto para migrar os atuais clientes de redes híbridas de fibra-coaxial (HFC).

“As operadoras de cabo, que demoraram muito para investir [em fibra], agora estão se concentrando na fibra ótica”, disse Sebastián Cabello, CEO da consultoria SMC+, à BNamericas.

Cabello indicou que as empresas de TV por assinatura e internet estavam atualizando as diferentes versões da tecnologia Docsis com o objetivo de melhorar seu serviço de banda larga, mas “chegaram a um limite”.

As empresas preferem migrar para a fibra como principal opção ante outras tecnologias, como banda larga sem fio (FWA).

Eduardo Jedruch, diretor de regulamentação da Fiber Broadband Association (FBA) para a América Latina, já havia apontado que as operadoras de cabo são as principais investidoras em fibra ótica na região, acima das empresas de telefonia.

“Este país [Argentina] precisa ser reconectado”, declarou no ano passado Luis Quinelli, representante da Sion na câmara de infraestrutura digital IDA, referindo-se à migração de redes de cobre e cabo para fibra ótica, uma tendência que tem se mostrado lenta na Argentina.

Segundo Cabello, toda a América Latina está “cerca de dois anos atrasada” em relação aos números e tendências observados nos países europeus maduros.

Isso significa que a fibra ótica tem perspectivas favoráveis de crescimento na região, e o número de casas passadas e de assinaturas deve crescer a uma taxa composta anual de 8,9% e 15,3%, respectivamente, entre 2021 e 2026.

A fibra ótica apresenta vantagens operacionais em comparação com o cabo coaxial, pois sua manutenção é mínima e permite economia de custos.

A operadora chilena Mundo foi a primeira a anunciar a migração completa de sua rede coaxial de cobre HFC para fibra ótica. As estatísticas mais recentes do regulador chileno Subtel, correspondentes a setembro de 2022, indicavam que a Mundo contava com cerca de 1.000 clientes de HFC e outros 700.000 de fibra ótica.

A rede da Mundo ultrapassa 50.000 km de capilaridade e 15.000 km de backbone.

A fibra ótica é a principal aliada na hora de agregar cobertura. As operadoras de cabo estão implantando a fibra para se aproximar dos clientes.

ARGENTINA

A Telecom, principal operadora de TV a cabo da Argentina, aumentou em 100% a implantação de fiber-to-the-home em relação ao ano anterior, segundo dados compartilhados pela empresa com a BNamericas em janeiro.

A companhia desembarcou com esta tecnologia em várias localidades das províncias de Neuquén, Córdoba, Chaco, Santa Fé, Corrientes, Misiones, Buenos Aires e na cidade autônoma de Buenos Aires.

“Embora a empresa tenha planos de continuar expandindo a rede FTTH para cobrir as grandes capitais [provinciais] e localidades com maiores necessidades de tráfego, ela também continua evoluindo a rede HFC, o que permite oferecer aos clientes uma excelente qualidade de serviço. Ela continuará evoluindo com as diferentes tecnologias Docsis”, destacou a Telecom em um e-mail.

Atualmente, a rede da Telecom conta com tecnologias de acesso Docsis 3.1 em redes HFC e GPON/XGSPON para FTTH. Para redes HFC e de fibra ótica, a empresa dobrou as velocidades de download da maioria de seus clientes em 2021.

MÉXICO

Outro caso emblemático é o da mexicana Megacable, que está desenvolvendo a fibra ótica em um plano para dobrar de tamanho e chegar a novas localidades no país.

O investimento é complementado por um projeto de US$ 450 milhões, realizado entre 2020 e 2021, com o objetivo de construir 24.000 km de fibra e migrar “um grande número de assinantes” para a tecnologia, segundo a empresa.

“Temos uma rede GPON de 2,5 Gb passível de migração para 10 Gb. Nas áreas com HFC, temos nós de 250 casas, o que significa que há menos equipamentos ativos, menos ruído na rede e, em resumo, uma rede muito mais robusta”, disse à BNamericas o co-CEO da Megacable, Raymundo Fernández Pendones, no ano passado.

Naquela época, a empresa afirmava ter 25% de sua base de clientes em fibra ótica.

Grandes grupos como Millicom e América Móvil também estão apostando na fibra ótica, embora sejam mais cautelosos na hora de divulgar números.

Em outubro, a América Móvil indicou que se concentrará nas oportunidades do negócio fixo e investirá na migração de usuários para fibra ótica e na modernização de suas redes de cabo para Docsis 3.1.

A Millicom tem também entre suas prioridades a migração do cobre para a fibra e a implementação da fiber-to-the-home, embora tenha também como alvo a expansão das redes HFC.

Em 2021, a maior parte dos investimentos desta operadora foi destinada à implementação de redes híbridas de fibra-coaxial (HFC) e à migração de clientes para essa tecnologia.

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