
Hidrogênio verde: a situação na América Latina e os líderes em projetos

Os países latino-americanos mais bem posicionados para aproveitar a onda do hidrogênio verde – ou melhor, atrair investimentos associados – são aqueles que possuem não só uma abundância de recursos de energia renovável, mas também ambientes políticos e perfis de risco-país favoráveis.
Embora a indústria ainda esteja engatinhando na região, há um potencial significativo em termos de exportações e adoção local em áreas como transporte e indústria, sobretudo na siderurgia no grande produtor Brasil.
DESAFIOS PARA A REGIÃO
A América Latina enfrenta inúmeros desafios, entre eles, a implementação de sistemas de certificação, estruturas políticas de apoio, mecanismos de redução de risco e envolvimento da comunidade e medidas voltadas para a demanda, além de garantir que as redes elétricas estejam prontas e ofereçam preços competitivos. Ter a infraestrutura de midstream necessária – principalmente para operações de exportação – é outro desafio.
Para construir uma indústria exportadora, em que a região consiga se beneficiar do foco global na resiliência e segurança energética, a colaboração e a coordenação público-privada são consideradas vitais para não perder as oportunidades.
“Se não houver uma aliança público-privada, será difícil nos posicionarmos como principais exportadores globais”, disse Eduardo Bitran, acadêmico da Universidade Adolfo Ibáñez, do Chile, e presidente do centro de inovação empresarial Club de Innovación. “O comprometimento dos países é fundamental, com estratégias nacionais, roteiros que mostrem o caminho a seguir e uma visão participativa e compartilhada. Somente alguns países têm isso hoje.”
Bitran falou durante um seminário organizado pela aliança regional da indústria LAC Green Hydrogen Action, onde José Javier Gómez, representante de assuntos ambientais da Cepal, concordou com seus comentários.
“A coordenação é fundamental”, destacou Gómez. “Conjuntos de fatores estão se movendo ao mesmo tempo.”
Citando o desgaste dos cofres estatais da América Latina, Gómez afirmou que isenções fiscais, subsídios parciais para projetos-piloto e impostos sobre o carbono estão entre as opções de promoção de investimentos para a região.
CINCO PAÍSES MAIS BEM PREPARADOS
O Chile foi o país que mais avançou no caminho do hidrogênio verde, de acordo com o segundo Índice H2LAC. O país foi seguido por Colômbia, Brasil, Uruguai e Argentina
O índice foi compilado pela consultoria de transporte e energia sustentável Hinicio, com base em resultados de pesquisas de 21 países.
Os pesquisadores analisaram a esfera de políticas e incentivos, o nível de desenvolvimento do ecossistema, o número de projetos em operação ou em desenvolvimento, o nível de adoção de transporte e mobilidade baseados em hidrogênio e o nível de cooperação internacional e planejamento de exportação de hidrogênio.
O Chile também liderou o primeiro Índice H2LAC. “E a razão por trás disso é que o país continua tendo incentivos do setor público, além de grande interesse da indústria e muitos acordos de cooperação internacional”, explicou o consultor sênior da Hinicio, Juan Pablo Zuñiga, antes do H2LAC 2022, um evento do setor que será realizado na Colômbia no mês que vem, organizado pela empresa norte-americana New Energy Events em parceria com o BID.
A nação focada na exportação marcou 65 pontos no índice – 100 pontos indicam que o país está começando a ter um mercado maduro de hidrogênio. A Colômbia marcou 57, o Brasil 51, o Uruguai 42 e a Argentina 37.
Os três primeiros, de acordo com uma apresentação da Hinicio, lideram o índice “devido ao desenvolvimento de novas políticas energéticas e à expansão do ecossistema de hidrogênio, juntamente com a presença de projetos e acordos de cooperação”.
O Chile tem 25 projetos em desenvolvimento, voltados tanto para o mercado externo quanto para o mercado interno. Entre os maiores está a iniciativa de 10 GW H2 Magallanes, planejada para o sul do país, região árida e com forte incidência de ventos.
A Colômbia saltou do quinto para o segundo lugar no ano passado, superando a Costa Rica, por conta de vários fatores, como a publicação de um roteiro de hidrogênio, a fundação de uma associação do setor e a promoção de incentivos financeiros, entre eles, incentivos fiscais.
Embora seja um dos menores países da região, o Uruguai surpreende por fatores como um roteiro, financiamento para pesquisa e desenvolvimento e um projeto previsto de metanol com foco na exportação.
“Estamos longe de ter um mercado maduro. Países como Alemanha ou Japão, que estão bem estabelecidos, provavelmente alcançariam 100 pontos em um índice como este”, comentou Zuñiga. “Essa é a referência.”
Bitran também classificou Chile, Brasil e Colômbia como os três países mais bem preparados.
Para o índice H2LAC 2022, a Hinicio pesquisou 21 países, com 17 conjuntos de dados completos: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai.
Os resultados serão mais detalhados durante o H2LAC 2022, que acontecerá em Cartagena de 4 a 5 de outubro.
PROJETOS POR PAÍS
Os resultados da pesquisa mostraram que a América Latina abrigava 89 projetos, com 74 em desenvolvimento e 15 unidades-piloto em operação.
Juntos, Brasil e Chile respondem por metade dos que estão em fase de desenvolvimento. Foram excluídos projetos em fase conceitual ou que não registraram avanços.
O Chile está construindo um complexo-piloto de produção, conhecido como planta de demonstração Haru Oni. Já existem planos em andamento para convertê-lo em uma instalação de grande escala. Um parque eólico associado, Faro del Sur, avaliado em US$ 500 milhões, foi submetido recentemente à avaliação ambiental.
Chile: 25 em desenvolvimento, 3 operacionais
Brasil: 20 em desenvolvimento, 4 operacionais
Colômbia: 10 em desenvolvimento, 2 operacionais
Argentina: 6 em desenvolvimento, 1 operacional
México: 4 em desenvolvimento
Paraguai: 4 em desenvolvimento
Costa Rica: 1 em desenvolvimento, 4 operacionais
Uruguai: 2 em desenvolvimento
Bolívia: 1 em desenvolvimento
Peru: 1 operacional
Trinidad e Tobago: 1 em desenvolvimento
BANCO DE DADOS DE PROJETOS DA BNAMERICAS
O banco de dados de perfis de projetos da BNamericas lista projetos de hidrogênio verde em estágio inicial que foram anunciados publicamente e com suas respectivas especificações disponíveis.
O capex, divulgado para 14 deles, varia de US$ 8,4 bilhões a US$ 47 milhões. As cinco jurisdições com mais projetos são a região de Magallanes, Chile (5); o estado do Rio Grande do Norte, Brasil (3); a região de Antofagasta, Chile (3); o estado do Ceará, Brasil (3); e o estado de Pernambuco, Brasil (2).
Visite a seção de perfis de projetos da BNamericas para fazer uma pesquisa personalizada.
Crédito da imagem: HIF
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