Nova voz para os geradores independentes do Chile

À medida que o cenário do mercado de energia elétrica do Chile muda, uma associação local da indústria de energia foi relançada com um novo nome, para defender os geradores independentes do país.

Anteriormente conhecida como GPM e fundada há 12 anos para representar geradores de pequeno e médio porte, agora se chama GIE – Generadores Independientes de Energía – e passou a integrar a rede global de associações de produtores independentes de energia.

O Chile tem cerca de 100 desses agentes de mercado.

Em comunicado, a GIE afirmou: “É precisamente esse grupo que a GIE busca representar, promovendo como questão-chave na agenda setorial a importância de ter mais agentes, mais concorrência e, como resultado, uma transição energética mais justa e resiliente.”

Atualmente, mais da metade da capacidade de geração instalada do Chile está nas mãos de quatro grandes empresas: Enel, Colbún, Engie e AES Andes.

“A transformação em direção à GIE marca uma atualização necessária: o sistema elétrico mudou, novos atores surgiram e a regulação exige uma voz independente capaz de refletir essa diversidade. A GIE representa geradores que contribuem com flexibilidade, inovação e presença territorial, e que precisam de regras coerentes para continuar investindo”, disse o diretor executivo da GIE, Mauricio Utreras, à BNamericas.

Para se qualificarem como membros, as empresas não podem ter mais de 3.000MW de capacidade instalada — um requisito que a GIE diz garantir “um equilíbrio interno e uma representação independente genuína.”

O mercado de energia do Chile passou por mudanças significativas nos últimos anos, impulsionadas por fatores como curtailment de geração e desacoplamento de preços. 

A incerteza regulatória impactou particularmente o segmento de geração distribuída (PMGD), que é composto principalmente por usinas solares fotovoltaicas de até 9MW. Como resultado, os players tradicionais focados em PMGD —  desenvolvedores e empresas da cadeia de valor — começaram a direcionar seu foco para outros segmentos, como autoprodução industrial e geração em grande escala.

O vibrante mercado de armazenamento de energia do Chile também está atraindo atenção, inclusive de empresas de olho no segmento de armazenamento independente.

A capacidade de geração instalada do Chile está em cerca de 39GW. Mais de 6GW adicionais estão em construção; destes, a energia eólica e solar respondem por cerca de 4,9GW e o armazenamento independente por quase todo o restante. 

Além disso, cerca de 2,3GW de capacidade de armazenamento de energia incorporada em usinas de geração está ou já construída ou em fase de testes. Outros 6,4GW estão em construção. 

A GIE é composta por 20 empresas de geração com presença em todas as regiões do país. As empresas associadas atuam em uma série de atividades, incluindo projetos de geração em escala utilitária e distribuída, bem como armazenamento de energia.

Os membros da GIE são Aediles Talinay, Akuo Energy, Biwo Renewables, Blue Elephant Energy Group, Carbomet Energía, Consorcio Santa Marta, CVE, Edelmag, Elektragen, Energía 7, Enlasa,  EnorChile, Espinos, Evol, Inersa, oEnergy, EnfraGEN, Solek, Tinguiririca Energía e Verano Energy.

Um evento de lançamento da nova marca da GIE, com a presença de representantes do setor privado e outros dirigentes da indústria, foi realizado nesta semana na capital Santiago (foto).

(A versão original deste conteúdo foi escrita em inglês)