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O que esperar do mercado de e-commerce da América Latina em 2023

Bnamericas Publicado: quinta-feira, 22 dezembro, 2022
O que esperar do mercado de e-commerce da América Latina em 2023

Embora o impulso dado pela pandemia tenha diminuído, o setor de e-commerce da América Latina deve crescer no ano que vem, mesmo que o cenário macroeconômico possa causar problemas, já que todas as economias da região devem registrar crescimento menor, fator que pode afetar o consumo e as vendas no varejo.

“Os países da região enfrentarão, mais uma vez, um contexto internacional desfavorável, no qual se espera uma desaceleração do crescimento e do comércio mundial, taxas de juros mais altas e menor liquidez global”, apontou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) da ONU em um relatório de outubro.

Uma tendência importante envolve uma maior presença de players internacionais de comércio eletrônico, principalmente asiáticos como Shopee e AliExpress. De acordo com um estudo encomendado pela plataforma global de pagamentos Nuvei para a empresa de pesquisa Americas Market Intelligence (AMI), as companhias asiáticas representarão 28% das importações para a América Latina via e-commerce até 2026, ante cerca de 16% em 2022.

“A América Latina é um mercado muito relevante para comerciantes internacionais. O Brasil e o México, em particular, são atraentes por seu tamanho, dinamismo e padrões culturais, que espelham os mercados asiáticos”, afirmou o responsável pela Nuvei, Yuval Ziv, no relatório.

Duas outras tendências – o crescimento das vendas online por smartphones (m-commerce) e os pagamentos de e-commerce com carteiras digitais, como MercadoPago e PicPay, e sistemas de pagamento instantâneo – também se fortalecerão no próximo ano.

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No Brasil, o sistema de pagamentos instantâneos PIX, do Banco Central, bateu um novo recorde em 20 de dezembro, com 104 milhões de transações realizadas em 24 horas, segundo a instituição.

Lançado em novembro de 2020, o PIX conta com 143 milhões de usuários cadastrados, sendo 132 milhões de pessoas físicas e 11,7 milhões de pessoas jurídicas. Em setembro, o sistema ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão (US$ 192 bilhões) movimentados no mês.

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PROJEÇÕES

O número de compradores digitais na região deve aumentar em mais de 20% até 2025, em comparação com os atuais 371 milhões de compradores estimados, de acordo com a empresa de pesquisa Statista. Esse crescimento é parcialmente guiado pela população jovem e com habilidades digitais, juntamente com a rápida expansão da penetração da Internet e dos smartphones.

Porém, a menor participação de pessoas físicas no sistema bancário formal e tradicional, em comparação com outras geografias, também tornou a região um terreno fértil para serviços de pagamento eletrônico e bancos digitais, que oferecem facilidades e menos burocracia.

Até 2025, as vendas regionais de varejo on-line devem atingir US$ 160 bilhões, ante US$ 85 bilhões em 2021, com Brasil e México competindo pelo primeiro lugar, de acordo com a Statista.

A ABcomm, associação brasileira de comércio eletrônico, espera que as vendas online cheguem a R$ 186 bilhões no próximo ano, acima dos R$ 170 bilhões estimados para 2022. A instituição também estima que os compradores online frequentes cheguem a 87,8 milhões, cerca de 5 milhões a mais.

Segundo o último levantamento da FecomercioSP, o comércio eletrônico no estado de São Paulo deve faturar R$ 66,7 bilhões este ano, R$ 13,7 bilhões a mais que no ano passado.

No México, mais de 48% da população comprou bens ou serviços online este ano, com previsão de chegar a 53% em 2023. Em 2019, 37% dos consumidores compraram digitalmente, de acordo com a Statista.

As vendas on-line mexicanas totalizaram 401 bilhões de pesos (US$ 20 bilhões) no ano passado, um aumento de 27%, representando 11,3% do total das vendas no varejo, segundo dados da câmara local de comércio eletrônico AMVO.

Enquanto isso, o comércio eletrônico argentino cresceu 73% ano a ano no primeiro semestre de 2022, com as vendas atingindo 1,09 trilhão de pesos (US$ 6,24 bilhões), de acordo com a câmara local de comércio eletrônico Cace.

A colombiana CCCE, por sua vez, estima que as vendas de e-commerce cresçam 19% em 2022, ante os 40 trilhões de pesos (US$ 10 bilhões) gerados no ano passado, um aumento de 40,2% em relação a 2019.

INVESTIMENTOS

Para acomodar o crescimento, as plataformas estão investindo pesado em centros de distribuição e frotas de entrega.

O Mercado Livre investiu US$ 1,45 bilhão em 2022 no México, um recorde para aquele mercado, que se tornou o segundo da empresa depois do Brasil. A maior parte dos investimentos foi para infraestrutura logística, como armazéns e centros de distribuição.

A empresa ampliou a infraestrutura de abastecimento e pretende atender mais pedidos por meio de sua rede logística Mercado Fulfillment.

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Esses investimentos são particularmente importantes no México, Brasil e Chile, com maior penetração no México, onde mais de dois terços dos pedidos são gerenciados em centros de atendimento.

No entanto, o acesso ao crédito representa um obstáculo no país, já que mais de 54 milhões de mexicanos são considerados fora do sistema financeiro tradicional, de acordo com o escritório de estatísticas local Inegi, e é por isso que o varejista online reforça sua carteira MercadoPago.

No Brasil, o Mercado Livre investiu R$ 17 bilhões este ano, 70% a mais que no ano passado, como parte de sua estratégia de crescer e consolidar os negócios em seu principal mercado.

O Mercado Livre também está aumentando o número de veículos verdes em sua frota. A meta é fechar 2022 com mais de 1.000 vans e caminhonetes elétricas operando em toda a América Latina, ante 548 no ano passado, com a expansão focada no Brasil, Chile, Colômbia e México, que devem receber mais de 500 vans elétricas.

Para a DHL, o e-commerce mudou profundamente sua logística, ainda mais durante a pandemia. A empresa também está tornando sua frota mais ecológica.

“A eletromobilidade está na boca de todos. Já temos veículos elétricos, são muitos os clientes que estão exigindo uma logística mais limpa, mas queria esclarecer que a logística verde não é só isso”, disse Ignacio Oliverio, diretor de transportes da DHL Supply Chain para Peru, Argentina e Chile, à BNamericasem outubro.

“Implica também fazer boas rotas, uma boa gestão de dejetos, um bom acompanhamento dos pneus, quantos quilômetros são percorridos por dia etc. Essa é a logística que gerencia bem suas emissões de carbono, e temos uma meta para 2050 de termos zero emissões como empresa.”

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