Os quatro candidatos favoritos para as eleições presidenciais do Equador

Em 20 de agosto, os equatorianos irão às urnas eleger um presidente, vice-presidente e parlamentares que sucederão ao atual presidente, Guillermo Lasso, e governarão até 2025.

Em maio passado, Lasso dirigiu-se a uma figura constitucional para dissolver a Assembleia Nacional, alegando a “grave crise política e comoção interna”, que o obrigou a convocar eleições presidenciais e legislativas antecipadas.

Oito candidatos estão aptos a se apresentarem nas eleições presidenciais, e quatro deles parecem ter estabelecido uma vantagem significativa sobre os demais, embora obviamente ainda haja tempo para que esse cenário mude.

A consultoria local Comunicaliza fez uma pesquisa em junho que indicou Luisa González como a forte favorita para se tornar a próxima presidente, seguida por Otto Sonnenholzner, Yaku Pérez e Fernando Villavicencio, nessa ordem. (A pesquisa está disponível na seção Documentos no canto superior direito da tela.)

A BNamericas analisa as principais propostas dos quatro candidatos com maior probabilidade de vencer as eleições.

Luisa González – Andrés Arauz

González representa o partido Revolución Ciudadana do ex-presidente Rafael Correa, enquanto seu candidato à vice-presidência, Andrés Arauz, perdeu para Lasso nas eleições de 2021.

Seu plano de campanha inclui propostas como promover a transição para uma economia pós-petróleo, estimulando a produção em outros setores, com ênfase na manufatura e nas indústrias de conhecimento e tecnologia especializados; realizar uma auditoria abrangente da dívida pública paga durante a pandemia da Covid-19 e aumentar o investimento do Estado nos setores sociais.

Eles também propõem revisar as políticas de subsídios para enfocá-los em setores como agricultura e transporte.

O plano desta dupla fala também em reformar aspectos da estrutura institucional do país com a convocação de uma Assembleia Constituinte e o estabelecimento de linhas de investimento público-privado para apoiar a utilização de veículos movidos a eletricidade ou energias alternativas.

Otto Sonnenholzner – Erika Paredes

Sonnenholzner, ex-vice-presidente de Lenín Moreno, e sua companheira de chapa Erika Paredes, concorrem às eleições pelo movimento Let's Act.

Sua campanha centra-se em cinco princípios fundamentais: democracia e instituições, luta contra a corrupção, proteção de grupos vulneráveis, eficiência e eficácia do setor público e acordos entre as diferentes facções do país.

Entre suas propostas está recuperar a presença e o papel do Estado como agente principal na gestão da crise de segurança que o Equador enfrenta; combater o crime organizado transnacional; promover o desenvolvimento sustentável, enfrentar as mudanças climáticas e seus efeitos, promovendo uma economia circular que crie oportunidades e proteja a biodiversidade e os ecossistemas.

Na área econômica, querem também proteger e fortalecer a dolarização da economia, vigente no país desde o ano 2000, além de promover a reativação do investimento privado e combater a evasão fiscal.

Pretendem também aumentar as receitas petrolíferas, melhorando a gestão do setor e intensificando a produção, e estabelecer padrões técnicos, ambientais e sociais para a mineração responsável que permitam a formalização e modernização da indústria, aproveitando sua importância na transição energética global.

Yaku Perez – Nory Pinela

Pérez, um líder indígena da província de Azuay, no sul, participa dessas eleições com Pinela à frente do movimento Claro, depois de terminar em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2021.

Pérez promoveu um referendo em 2021 em Azuay para proibir a exploração de mineração de metal em média e grande escala, em uma área considerada com recarga hídrica, na qual os eleitores apoiaram a proposta.

Os companheiros de chapa propõem limites estritos à mineração, pretendem devolver o controle das ineficientes concessões de mineração e petróleo ao estado e realizar um processo de auditoria abrangente dessas atividades.

Seu plano também prevê um diálogo nacional para refletir sobre os prós e contras econômicos, sociais e ambientais da continuidade da mineração de metais no país. Isso seria feito em referendo público para que a população decida se permitia ou não.

Prometem ainda fazer uma auditoria à dívida externa do país relativamente aos processos de contratação, fixação de taxas de juros e mecanismos de pagamento.

Pérez e Pinela também querem que as organizações sociais realizem o processo de consulta prévia, livre e informada para que os cidadãos possam decidir sobre questões ambientais e iniciativas legislativas para planos e programas de prospecção, produção e comercialização de recursos não renováveis encontrados em seus territórios.

Fernando Villavicencio – Andrea González

Villavicencio, ex-legislador e ex-presidente da Comissão de Acompanhamento da Assembleia Nacional, e González, seu candidato a vice-presidente do movimento Construye, se concentrará no combate ao crime.

Em questões econômicas, buscarão que o país tenha uma taxa média de crescimento econômico de 5% ao ano; eles vão reformar o Sistema Nacional de Compras Públicas para garantir a eficiência e estabelecer mecanismos de controle adequados que evitem esquemas de corrupção.

Também oferecem políticas de controle da evasão fiscal, defendem continuar eliminando gradativamente o Imposto de Saída de Moedas Estrangeiras (ISD), e buscam a adoção de políticas que promovam a transição para uma economia sustentável e de baixo carbono.