Panorama do lítio no Chile: SQM e Lithium Power

DISPUTA TRABALHISTA NA SQM

Mais de 1.000 trabalhadores do Sindicato Nº 1 de Supervisores da produtora de lítio chilena SQM anunciaram uma greve para a próxima semana, após o fracasso do processo de negociação coletiva.

Os trabalhadores reivindicam gratificações, aumentos salariais, equiparação salarial entre homens e mulheres, plano de carreira e jornada de 40 horas, entre outros benefícios.

A empresa anunciou na terça-feira (20) o início do processo de mediação com o sindicato que reúne profissionais das suas subsidiárias SQM SA, SQM Salar, SQM Nitratos e SQM Industrial.

O conflito surgiu no início de novembro, depois que o sindicato apresentou uma petição com reivindicações e propostas.

Os supervisores acusam receber salários 30% inferiores aos de outros trabalhadores da mesma categoria em outras empresas, como a americana Albemarle. Assim, pedem um reajuste de 10% a 25%, disse o tesoureiro do sindicato, Omar Durán, a um jornal regional.

Entre janeiro e setembro, a SQM registrou um aumento de quase 90% em relação ao ano anterior em seus lucros, para US$ 2,76 bilhões, e espera que os resultados positivos continuem devido ao boom na demanda de lítio causado pelos mercados de veículos elétricos, indicado em seu relatório de lucros do terceiro trimestre.

LITHIUM POWER

A australiana Lithium Power International (LPI) busca consolidar a propriedade do projeto de salmoura de lítio no salar de Maricunga, localizado na região de Atacama, norte do Chile.

Por meio de dois acordos com seus parceiros de joint venture, a empresa local Minera Salar Blanco e a Bearing Lithium do Canadá, a Lithium Power manteria 100% do projeto.

A transação com a Minera Salar Blanco envolve a aquisição de 31,31% da Maricunga, ficando assim a LPI com 82,86% da propriedade, conforme informado em comunicado nesta terça-feira (20).

Os 17,14% restantes serão obtidos da Bearing, cujo acordo já foi aprovado por seus acionistas e um tribunal canadense. O processo seria encerrado na quinta-feira (22).

O projeto produzirá 15,2 mil toneladas de carbonato de lítio para baterias por 20 anos.