Aegea obtém financiamento de R$ 19,3 bilhões do BNDES

Maior empresa de saneamento do setor privado no Brasil, a Aegea Saneamento e Participações obteve R$ 19,3 bilhões (US$ 3,63 bi) em financiamento do BNDES, destacando a crescente importância do setor de saneamento do país.

“Um dos setores que mais deve gerar negócios em 2023 para os players de project finance é o saneamento, que passou por uma grande transformação no Brasil e gerou muitas operações. Atualmente estamos muito focados nesse setor”, afirmou à BNamericas Daniel O‘Czerny, diretor de financiamento de infraestrutura global para a América Latina do Citi.

O financiamento obtido pela Aegea ajudará a cobrir R$ 25,5 bilhões em recursos necessários para os próximos anos, após ter assumido duas grandes concessões no estado do Rio de Janeiro, informou o BNDES em comunicado.

O setor de saneamento no Brasil teve um grande aumento nos investimentos depois que uma mudança regulatória em meados de 2020 abriu mais espaço para empresas privadas participarem de licitações para contratos de concessão.

Durante o período de concessão de seus dois contratos com o Rio de Janeiro, iniciados em novembro do ano passado, a subsidiária da Aegea, Águas do Rio, investirá R$ 40 bilhões, incluindo o pagamento de R$ 15 bilhões em taxas às autoridades locais.

As grandes exigências de investimentos e taxas envolvidas nos contratos estão atraindo grandes bancos para o setor.

“Só na área de saneamento, em 2023, há necessidade de refinanciar operações de pelo menos R$ 15 bilhões. Este valor se refere a operações de financiamento que as empresas de saneamento utilizaram para pagamento de taxas às prefeituras durante os leilões de concessão, e agora esse financiamento precisa ser renovado”, explicou à BNamericas Andréia Bentim, diretora de project finance do Bradesco BBI, braço de banco de investimentos do Bradesco.

Os bancos também estão olhando para o setor de saneamento com mais interesse, já que os governos estaduais e municipais são geralmente a favor do atual quadro regulatório mais pró-mercado, segundo Edson Ogawa, chefe da área de financiamento de projetos do Banco Santander Brasil.