Agência alemã GIZ trabalha para estimular o fluxo de financiamento do hidrogênio no Chile

Visando ajudar a indústria chilena de hidrogênio renovável a decolar, o escritório local da agência alemã de cooperação para o desenvolvimento sustentável GIZ está lançando um serviço financeiro para conectar desenvolvedores com potenciais financiadores, apurou a BNamericas.

A iniciativa, que estará operacional num futuro próximo, é um dos três arranjos de financiamento em que os funcionários da GIZ trabalham, e envolve a prestação de um serviço de corretagem financeira gratuito para projetos de hidrogênio com um valor superior a US$ 10 milhões.

Denominado Assistência de Serviço Financeiro (na sigla em inglês, FSA), o arranjo está aberto a participantes locais e internacionais. Para fornecer transparência e visibilidade, um painel online associado para registro de desenvolvedores e acompanhamento de projetos deverá ser lançado até abril.

Os funcionários da GIZ estão em processo de contratação de consultoria externa especializada. Cerca de dois consultores poderiam trabalhar no Chile.

A demanda por financiamento existe especialmente entre os promotores de projetos de hidrogênio de média dimensão, que buscam apoio aos trabalhos em fase inicial nas áreas de engenharia e licenciamento, bem como na construção de projetos.

“Nossa prioridade é apoiar e construir uma ponte entre empresas de desenvolvimento e investidores”, disse Álvaro Castro, consultor financeiro de hidrogênio renovável da GIZ Chile. “Nosso foco é auxiliar, ajudar na preparação de modelos e planos de negócios, diligência, além de realizar discussões técnicas antes da apresentação do projeto”, acrescentou.

A tônica será colocada em soluções financeiras inovadoras, combinando potencialmente múltiplas fontes de capital.

“Não estamos falando apenas dos bancos comerciais tradicionais do Chile. Podem ser fundos familiares, bancos internacionais, fontes de financiamento sustentável, por exemplo”, explicou Castro.

Este serviço faz parte do projeto Team Europe for the Development of Renewable Hydrogen in Chile, cofinanciado pela UE e pelo Ministério Alemão da Economia e Proteção Climática (BMWK).

Em conjunto com a FSA, a GIZ trabalha em duas iniciativas interligadas. Uma envolve abrir as portas à introdução de um instrumento de financiamento inteligente para o setor – com vistas a proporcionar estabilidade de preços – e a outra emula a fundação alemã sem fins lucrativos H2Global, concebida para fornecer acordos de compra a longo prazo e compradores com solvência.

Sobre a abordagem tripartida, Castro comentou que “se trata de dar um empurrão, de fazer arrancar o mercado do hidrogênio”.

A GIZ também está envolvida em outros projetos de descarbonização no país.

Cerca de 60 projetos de hidrogênio verde foram anunciados no Chile, um país bem posicionado para exportar a molécula e seus derivados, bem como utilizá-los para substituir combustíveis fósseis importados e matérias-primas industriais associadas no mercado interno.

Estão operando projetos-piloto e diversas iniciativas de grande escala entraram no processo de revisão ambiental. O foco está mudando para a aquisição, obtenção de compradores e financiamento.

A BNamericas publicará uma entrevista completa com Castro nos próximos dias.