América Latina termina 2022 como a segunda região com maior crescimento da Nokia

Impulsionada pela infraestrutura de rede e por redes móveis, principalmente acordos de 5G, a América Latina encerrou 2022 como a segunda região de mercado com maior crescimento para a Nokia em termos de vendas.

Com € 1,22 bilhão (US$ 1,32 bilhão) em receita, alta de 24% em relação a 2021 (ou 12% em termos ajustados), a América Latina ficou atrás apenas do salto de 25% nas receitas da Índia, de acordo com os relatórios financeiros da empresa finlandesa.

A área de redes móveis da empresa teve vendas líquidas mais fortes no 4º trimestre de 2022 em uma base de moeda constante, em especial na Índia (+128%) e Europa (+28%), embora América Latina (+19%) e Ásia-Pacífico (+17%) também tenham registrado crescimento.

Por outro lado, a América do Norte apresentou queda no trimestre. A rival Ericsson já havia relatado uma desaceleração na América do Norte, com as empresas de telecomunicações locais freando os gastos.

Um ponto baixo para a Nokia na América Latina, no entanto, foi o segmento de serviços de nuvem e rede. Essa linha de negócios sofreu uma queda na América Latina e na Índia no 4º trimestre de 2022, mas registrou uma forte expansão nos mercados da América do Norte, Ásia-Pacífico e Oriente Médio e África. Números concretos não foram divulgados.

Dentro do segmento de infraestrutura de rede da empresa, as redes fixas cresceram 8% no mundo no período, em uma base de moeda constante, apesar de uma comparação difícil com o ano anterior, com o aumento gerado pelas grandes implantações de fibra em andamento. A expansão foi particularmente marcante na América Latina e na Europa, disse a Nokia, sem revelar mais detalhes.

Enquanto isso, as vendas líquidas na divisão de redes submarinas aumentaram 32% em uma base de moeda constante global, pois as implantações de projetos baseados em webscale continuaram promovendo o crescimento, informou a empresa.

Entre os novos contratos de construção com foco na região estão o sistema de cabos AMX-3/Tikal, recém anunciado pela América Móvil e Telxius, conectando Boca Raton, nos Estados Unidos, e Puerto Barrios, na Guatemala.

O cabo já está sendo construído pela Alcatel Submarine Networks (ASN), da Nokia, e deve entrar em operação em 2025.

A ASN também é a contratada do Cabo Aurora, da FP, e do sistema Equador-EUA Carnival Submarine Network-1 (CSN-1).

REDES PRIVADAS E PERSPECTIVAS

Um motor de crescimento específico para o grupo tem sido o segmento sem fio empresarial.

Globalmente, a empresa relata a adição de 45 novos clientes de rede privada durante o quarto trimestre, acelerando de 30 no 3º trimestre de 2022, chegando a 560.

Estima-se que a América Latina responda por mais de 30% do total.

Entre os contratos mais recentes com empresas da região, a Nokia anunciou em novembro que implantará uma rede LTE privada no terminal internacional de San Antonio, o maior porto do Chile.

Para 2023, a Nokia projeta vendas líquidas globais de € 24,9 bilhões a € 26,5 bilhões no melhor cenário, o que representaria um crescimento de 8% em termos de moeda constante.

Crédito da foto: AFP