Aproveitando o potencial de hidrogênio limpo da América Latina

Chile, Colômbia, Uruguai e Brasil estão liderando a corrida para desenvolver hidrogênio limpo na América Latina, à medida que os governos da região intensificam seus planos de transição energética, de acordo com um novo relatório.

O relatório Hydrogen in Latin America, publicado pela britânica Green Power Global, afirma que a riqueza de recursos de energia renovável dá à região uma vantagem competitiva para abastecer os mercados locais e estrangeiros.

“Chile, Colômbia, Uruguai e Brasil já estão se posicionando para aproveitar a era do hidrogênio e produzir combustíveis de baixo carbono, gases e outros carreadores de hidrogênio suficientes para uso doméstico e exportação, enquanto outros países estão testando as águas com pequenos projetos-piloto”, explica o relatório.

O documento de 26 páginas citou Argentina, México, Costa Rica, Trinidad e Tobago e Barbados como outros países com agendas promissoras para o desenvolvimento do hidrogênio.

Entre os projetos notáveis destacados no relatório estão os empreendimentos Haru Oni e Quintero Bay, no Chile, o piloto do eletrolisador de 50 kW da Ecopetrol na refinaria de Cartagena, na Colômbia, o polo de hidrogênio verde Tambor, no Uruguai, e a planta de hidrogênio verde Base One, no Brasil.

DEMANDA

O relatório também destacou os benefícios do lado da demanda para investimentos em hidrogênio limpo na América Latina.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), os segmentos industrial e de refino de petróleo da América Latina consumiram cerca de 4 milhões de toneladas de hidrogênio em 2019, respondendo por cerca de 5% da demanda global.

“Ter uma demanda industrial integrada certamente será um trunfo para esses países, pois os patrocinadores de projetos fazem um balanço das políticas, incentivos e oportunidades em cada um deles e a economia de hidrogênio de baixo carbono se desenvolve”, diz o relatório.

“No entanto, não faltarão oportunidades em nações sem grandes centros industriais e de mineração, pois também terão que olhar para o hidrogênio para usos como transporte pesado, transporte marítimo e aviação”, conclui.