Argentina quer garantir financiamento para irrigação, apesar de obstáculos macroeconômicos

As autoridades argentinas estão em busca de financiamento para projetos de irrigação em meio a uma forte seca que atingiu os principais centros agrícolas do país nas províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé. No entanto, elas estão cientes de que, para isso, terão de enfrentar deficiências macroeconômicas significativas.

“Está claro que as condições macroeconômicas não são as que gostaríamos. Estamos trabalhando muito para que, em 90 dias, possamos melhorar no nível macroeconômico para dar confiança ao mercado”, disse o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Juan José Bahillo, em resposta a uma pergunta da BNamericas.

Entre os pontos críticos estão a inflação e as relações com o setor privado, destacou Bahillo durante um webinar realizado pelo Wilson Center.

No final de outubro, as áreas plantadas que sofriam com a “seca severa” atingiram quase 23 milhões de hectares, acima dos quase 7,2 milhões de hectares registrados em setembro, de acordo com o escritório de monitoramento da seca do Ministério da Economia.

Os hectares em condições de “seca leve” aumentaram de 89,4 milhões para quase 94 milhões no período, enquanto aqueles que estavam sob “seca moderada” passaram de 44,7 milhões para 46,8 milhões.

No total, são mais de 163 milhões de hectares afetados pela seca na Argentina.

O número inclui todas as terras agrícolas da capital, bem como 78 municípios da província de Buenos Aires, 17 departamentos da província de Córdoba e 13 departamentos de Santa Fé.

As autoridades recorreram ao financiamento externo para realizar projetos de irrigação no passado.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou uma linha de crédito de US$ 810 milhões em setembro para apoiar esforços de gestão hídrica, inclusive a garantia de água para irrigação e pecuária.