Assinado contrato offshore da Challenger Energy no Uruguai

A Challenger Energy, empresa de hidrocarbonetos upstream listada em Londres, disse na quarta-feira (25) que assinou um contrato de E&P offshore no Uruguai.

A licença de 30 anos é para AREA OFF-1, concedida à Challenger em 2020.

Durante o período inicial de quatro anos, a obrigação mínima de trabalho da Challenger é reprocessar e reinterpretar dados históricos 2D selecionados, disse a empresa em um documento regulatório.

De acordo com as estimativas de gestão da empresa focada na margem do Caribe e do Atlântico, a área cultivada tem um potencial de recursos superior a 1 Bboe (bilhões de barris de óleo equivalente).

A exploração offshore no Uruguai ganhou ritmo em 2016 com a perfuração, pela Total, do primeiro poço em cerca de 40 anos. Vários foram perfurados e shows de petróleo e gás foram relatados, mas nenhuma descoberta comercial foi feita.

“Com a licença formalmente assinada, agora podemos começar a avançar com nosso programa inicial de trabalho de baixo custo”, disse o CEO da Challenger Energy, Eytan Uliel, em comunicado.

“Ao mesmo tempo, no restante de 2022 e em 2023, exploraremos opções de parceria que podem levar a um programa de trabalho acelerado – o objetivo é avaliar rápida e totalmente o potencial da licença e, assim, criar o que esperamos que seja um oportunidade de grande valor para os acionistas.”

A ÁREA OFF-1 tem cerca de 15 mil km² e está situada em lâmina d'água de 20-1 mil m a cerca de 100 km da costa uruguaia.

“Dois anos atrás, no auge de um período de inatividade do setor devido à pandemia, identificamos uma oportunidade atrativa para solicitar a licença OFF-1 no Uruguai. Por um custo muito baixo, conseguimos garantir uma licença de exploração de altíssima qualidade, com potencial de recursos recuperáveis superior a 1Bb”, disse Uliel.

“Desde então, enquanto aguardava a aprovação formal da licença, o mundo mudou de uma forma que torna essa licença ainda mais atrativa.”

CRÉDITO: Ancap

A empresa estatal de hidrocarbonetos Ancap, que realiza duas rodadas abertas por ano, tem o direito de obter uma participação de até 20% em cada campo comercial desenvolvido, e a Challenger pode reduzir sua participação de trabalho.

“A empresa recebeu várias indicações de interesse em relação a potenciais parcerias para a licença da AREA OFF-1”, disse Uliel. “A empresa pretende explorar tais possibilidades, com o objetivo de agilizar potencialmente uma aquisição sísmica 3D no primeiro período de exploração da licença.”

A Challenger – o único player hoje com contrato ativo de E&P no Uruguai – também opera em Trinidad e Tobago, Suriname e Bahamas.

Os titulares de contratos anteriores no Uruguai e membros do consórcio incluem Shell, Total, ExxonMobile, Equinor, Inpex, Tullow Oil, BP, YPF, Petrobras e Galp Energia.

A empresa norte-americana Kosmos Energy fez uma oferta para áreas offshore em 2019, mas retirou suas ofertas após uma avaliação de seus ativos de fronteira, disse a Ancap.

QUALIFICAÇÃO, RODADA DE LICITAÇÕES

A assinatura da Challenger ocorre depois que as autoridades locais qualificaram duas novas empresas para participar das rodadas abertas do país.

As novas empresas qualificadas são a APA, antiga Apache, e a Shell, disse a Ancap. Kosmos Energy e Tullow Oil – juntamente com Challenger – apresentaram documentação de qualificação anteriormente.

As ofertas, como parte do primeiro leilão de 2022, devem ser apresentadas e abertas em 31 de maio e as decisões de concessão, no final de agosto. Seis áreas offshore – OFF-2, OFF-3, OFF-4, OFF-5, OFF-6, OFF-7 – e cinco áreas onshore – ON-1, ON-2, ON-3, ON-4 e ON -5 – estão em disputa.

Os lances para o segundo e último leilão do ano devem ser apresentados até o final de novembro.