Aumento temporário das tarifas do alumínio no México teria pouco impacto

O aumento temporário aplicado às tarifas do alumínio importado de países com os quais o México não tem acordos comerciais em vigor terá apenas um impacto marginal, embora a falta de estabilidade e de regras claras possa afetar o ambiente de negócios, alertou a câmara setorial Canalum.

A Secretaria da Economia publicou recentemente um decreto que alterou a lei de impostos gerais de importação e exportação de insumos como aço, alumínio, pneus, plásticos, têxteis e vestuário, a fim de “promover o desenvolvimento da indústria nacional, apoiar o mercado interno e fortalecer a integração dos produtores nacionais nas cadeias de valor”.

Embora a medida de impor tarifas temporárias de 5% a 25% sobre bens classificados em 392 tópicos tenha sido bem recebida por associações empresariais, como a confederação industrial Concamin, também gerou uma certa preocupação com o efeito desses aumentos sobre a inflação e sobre os setores que dependem mais de insumos importados.

Em relação aos produtos de alumínio, o decreto incluiu recipientes para gás comprimido ou liquefeito, exceto aqueles que contenham oxigênio para uso medicinal, e tampas pré-cortadas para bolas de Natal.

“Nesse caso, as medidas impactarão principalmente os tanques de combustíveis, propelentes e as indústrias de cosméticos, tintas e produtos químicos, bem como a indústria de decoração de Natal, que é sazonal”, apontou a Canalum em uma declaração enviada por e-mail à BNamericas.

“Estes produtos representam menos de 1% do valor da indústria do alumínio, e o impacto pode ser marginal. Ainda assim, as medidas implicam ajustes nas cadeias de fornecimento mais integradas aos produtos da lista publicada no Diário Oficial, o que será repassado em maior ou menor proporção ao preço dos produtos para o consumidor final”, acrescentou a câmara.

Depois de crescer 15% em 2022, o setor do alumínio poderá aumentar a sua produção em 18% este ano e 20% no próximo graças às oportunidades associadas ao nearshoring e aos investimentos anunciados por empresas como Tesla e BMW, segundo informou em abril Francisco Beltrán, então presidente da Canalum, em uma entrevista coletiva.

Diante do aumento tarifário recente, a Canalum destacou que é necessário “enfatizar o impacto sobre o ambiente de negócios em um momento em que o México recebe um grande volume de investimentos graças ao nearshoring e em que é necessário ter estabilidade, regras claras e condições justas de comércio em nível nacional e internacional”.

O setor produz 2,5 milhões de toneladas por ano e movimenta US$ 18 bilhões, segundo Canalum.