Banco Central mexicano destaca oportunidades de nearshoring em Tehuantepec e riscos de crédito

Ao destacar as oportunidades que as empresas que buscam operar no corredor ferroviário do istmo de Tehuantepec poderiam aproveitar, o Banco Central do México (Banxico) também mencionou os riscos devido à falta de crédito.

Em seu relatório de estabilidade financeira de dezembro, o banco declarou que “os resultados indicam que, nos setores com maior propensão à realocação, menos empresas obtêm crédito de bancos privados no sul-sudeste do México”.

“Parte disso pode ser porque no sul-sudeste (e nestes setores) as empresas estão associadas a mais risco de crédito. Em particular, eles são mais propensas a inadimplência, o que também aumenta a quantidade de reservas para os bancos. No entanto, observa-se também que a banca de desenvolvimento está mais presente naquela região”, acrescentou.

Fonte: Banxico

O governo pretende lançar licitações para 10 áreas de parques industriais ao longo dos 300 quilômetros do corredor do istmo de Tehuantepec, o qual criará a primeira ligação interoceânica do país – entre o porto de Coatzacoalcos, no estado de Veracruz, e o porto de Salinas Cruz, em Oaxaca. Um regime tributário especial será aplicado aos parques para atrair empresas para o polo logístico inspirado no Canal do Panamá.

O Banxico informou também que os produtores de metais, têxteis e materiais de construção serão os mais beneficiados com a mudança para o corredor, destacando que os riscos de crédito podem ser atenuados por um acordo entre o governo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que fornecerá até US$ 2,25 bilhões em empréstimos a empresas que desejam se mudar.

Ernesto Stein, diretor do Grupo BID no México, disse à BNamericas em outubro que o negócio representa uma grande oportunidade para o banco.

Além disso, a Secretaria da Fazenda afirmou em comunicado que o BID busca “valorizar os ativos do corredor interoceânico e acelerar os investimentos nos primeiros polos [parques] industriais”, auxiliando com financiamento as empresas interessadas.

Porém, as licitações para os parques não avançaram e um especialista disse à BNamericas no mês passado que a área só deverá atingir todo o seu potencial daqui a uma década.

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