Bolívia vê onda de emergências hídricas com piora da seca no país

Enquanto autoridades locais da Bolívia declaram estado de emergência hídrica devido à seca, o governo central se prepara para intensificar os esforços de auxílio.

A seca “nos permitirá refletir e ajustar o orçamento do governo do departamento”, afirmou o governador de Cochabamba, Humberto Sánchez, em entrevista coletiva após a declaração de emergência em 21 de setembro.

O departamento de Chuquisaca declarou emergência na semana passada, enquanto os governos de Oruro e Potosí debatiam projetos de declaração de desastre, segundo a imprensa local.

Além disso, 71 municípios tinham declarado emergência ou desastre hídrico até 21 de setembro, informou o vice-ministro do Desenvolvimento Rural e Agrícola, Álvaro Mollinedo, de acordo com a agência de notícias estatal ABI.

“Como governo nacional, estamos muito preocupados. Também estamos visitando diversas regiões do país. Visitaremos a maioria dos municípios e departamentos afetados para coletar informações e implementar medidas que sejam resilientes às mudanças climáticas mais tarde”, disse ele.

Uma declaração de emergência é emitida quando um município ou departamento registra danos à população, serviços básicos, sistemas produtivos e outros bens, mas dispõe de recursos para resolver os problemas. O estado de desastre é declarado quando um evento e suas consequências ultrapassam a capacidade de resposta da administração local, de acordo com as diretrizes do departamento de defesa civil.

Segundo Mollinedo, o governo nacional tem mecanismos para financiar projetos hídricos relacionados com as mudanças climáticas, como o programa PAR III, de US$ 300 milhões.

O governo investiu 8,2 bilhões de bolivianos (US$ 1,2 bilhão) desde o início do mandato, em novembro de 2020, com 1,6 bilhão de bolivianos investidos este ano até agora, disse o ministro do Meio Ambiente, Rubén Méndez, à emissora estatal Bolivia TV no início deste mês, acrescentando que 834 projetos de água foram concluídos ou estão em construção.

Em 2017, uma grande seca provocou escassez hídrica, gerando protestos e uma declaração de emergência nacional, além da demissão de autoridades responsáveis pelos serviços de água.