Brasil planeja dobrar a participação da mineração na economia

O Brasil busca aumentar a participação da mineração na economia nacional, concentrando-se no investimento privado e em players menores.

“Atualmente, a mineração representa 2,4% do nosso PIB, e queremos dobrar para quase 5% nos próximos cinco anos com melhorias nos marcos legais e nas estruturas de financiamento para empresas, sobretudo empresas menores”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, durante a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), organizada pelo Ibram.

A ANM, órgão regulador da mineração, será fundamental. “Ainda precisamos melhorar alguns aspectos em relação ao setor mineral, para alinhar a legislação ambiental com a legislação de mineração, já que elas andam lado a lado e o alinhamento tornaria o processo de licenciamento mais rápido”, disse à BNamericas o diretor da ANM , Victor Bicca.

Segundo Bicca, a ANM também está digitalizando seus procedimentos.

O governo pretende diversificar a produção mineral, ainda dominada pelo minério de ferro.

“O Brasil tem um potencial natural para o minério de ferro, mas há muito mais potencial a ser explorado, como cobre, níquel, lítio, entre outros”, acrescentou Bicca.

As mineradoras valorizam os avanços recentes na regulamentação, que estimulam os investimentos e atenuam os riscos políticos relacionados ao processo eleitoral.

“O investimento em mineração é um plano de longo prazo, sempre há ajustes a serem feitos para melhorar a regulamentação e a infraestrutura, mas o Brasil está no caminho certo e tem uma diversidade geológica muito grande, com um grande potencial de expansão e diversificação”, disse a gerente da Rio Tinto no país, Ana O'Farrill, em bate-papo com a BNamericas.

“Um destaque muito positivo que vem acontecendo no Brasil é que o governo está trabalhando na seleção de alguns projetos prioritários de mineração para a análise de licenças ambientais. Isso ajuda no avanço rápido dos projetos, como é o caso de uma joint venture nossa, a Mineração Rio do Norte”, acrescentou.

Nos últimos anos, o governo apoiou o processo de licenciamento ambiental de projetos de mineração que considerou cruciais para a diversificação e a expansão.

No início deste ano, o governo selecionou o projeto de exploração de bauxita Novas Minas, da Mineração Rio do Norte (MRN). A Rio Tinto detém participação minoritária na MRN, que opera a maior mina de bauxita do Brasil, uma operação a céu aberto em Porto Trombetas, no estado do Pará.