Brasil prepara-se para impulsionar a integração regional

O Brasil busca impulsionar a integração regional, com potenciais benefícios para o comércio e poder de barganha.

“Os desafios regionais envolvem o desenvolvimento da indústria 4.0, respeitando o meio ambiente. Em todos os países latino-americanos, há oportunidades que seriam melhores e mais benéficas com maior integração”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em painel durante o Fórum Econômico Mundial em Davos.

Outros participantes do painel foram os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, do Equador, Guillermo Lasso, da Costa Rica, Rodrigo Chaves, e a vice-presidente da República Dominicana, Raquel Pena.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou expectativas de mais integração desde que venceu a eleição em outubro.

“Lula sempre foi um defensor de uma maior inserção internacional do Brasil, e esse plano para o Mercosul não é diferente. Nos últimos anos, o Mercosul, como bloco, passou por um longo período de estagnação, mas agora isso está sendo revertido”, disse Welber Barral, sócio-fundador da BMJ Consultores Associados e secretário de Comércio Exterior entre 2007 e 2011, à BNamericas.

Segundo Haddad, a integração regional exigirá avanços nos acordos comerciais, na infraestrutura e até nos mercados financeiros para aumentar as vantagens competitivas, especialmente em energia limpa.

Haddad disse que a região tem grande potencial renovável e pode se tornar uma potência de energia limpa.

As autoridades mencionaram recentemente um plano para uma moeda única usada em certas operações comerciais entre os membros do Mercosul e considerações sobre o Brasil financiar um trecho do gasoduto Nestor Kirchner da Argentina para bombear gás de Vaca Muerta para o Brasil.

“A integração energética é parte importante dos esforços do Brasil na região, pois o país quer aumentar os recursos energéticos. Existem acordos para trazer gás da Bolívia, mas a ligação de Vaca Muerta com o sul do Brasil também será importante”, afirmou Barral.

Lula planeja visitar a Argentina neste mês.

A integração pode receber um impulso de outra frente. Pela primeira vez, o BID é liderado por um brasileiro, o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, que pode tornar o credor um importante provedor de recursos e ajudar a estruturar projetos.