Brasil reforça inspeções em barragens de rejeitos

A Agência Nacional de Mineração do Brasil (ANM) adicionará 40 novos inspetores de barragens de rejeitos à sua força-tarefa em março.

“Estamos falando de um avanço das ações integradas em prol de uma mineração responsável, que respeite o meio ambiente, os mecanismos legais de segurança e, principalmente, a vida das pessoas que atuam e moram perto áreas mineradas. Sabemos que a mineração é uma atividade muito importante para o país, mas ela precisa ser feita com responsabilidade”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em nota.

Em 2015 e 2019, barragens de rejeitos se romperam nos municípios de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, causando 300 mortes e danos ambientais.

“Mariana e Brumadinho tiveram um forte impacto na mineração global. Estamos avançando rápido em direção ao conceito ESG em todo o mundo, e será necessário que as mineradoras revejam seus conceitos”, disse à BNamericas Pedro Galdi, analista de mineração e metais da Mirae Asset Wealth Management.

“Os custos de um acidente serão cada vez maiores, o que justifica os gastos das mineradoras, assim como da agência para fiscalizar se as empresas estão cumprindo as normas”, acrescentou Galdi.

Um relatório de dezembro da ANM mostrou que, das 461 barragens cobertas pela política de segurança de barragens, 316 (68,5%) não estavam em risco, mas 87 (18,8%) estavam em médio e 58 (12,5%) em alto risco.

O Brasil tem 911 barragens de mineração no total. As autoridades aumentam o monitoramento durante a estação chuvosa, entre dezembro e março.