Chile deve enfrentar dívida crescente

As preocupações com a dívida pública do Chile estão aumentando, à medida que o valor se aproxima dos 45% do PIB, limite máximo considerado razoável em longo prazo.

A dívida bruta aumentou de 3,7% do PIB em 2007 para cerca de 38,2% no ano passado.

“Temos um ano inteiro para trabalhar para reduzir e minimizar as implicações dessas necessidades de refinanciamento”, afirmou o ministro da Fazenda, Mario Marcel, durante um seminário sobre dívida pública organizado pelo Conselho Fiscal Autônomo (CFA), entidade financiada pelo Estado para aconselhar sobre questões financeiras.

Marcel acrescentou que o Chile enfrentará grandes pagamentos de títulos no próximo ano, mas não deu mais detalhes.

O CFA estima que o crescimento da dívida se acelerou após os protestos sociais de 2019 e a pandemia de Covid-19, que elevaram a pressão para aumentar os gastos sociais.

Estima-se que os pagamentos de juros tenham atingido o equivalente a 1% do PIB no ano passado.

O governo planeja emitir US$ 16,5 bilhões em títulos este ano, dos quais US$ 3,8 bilhões irão para o refinanciamento de dívidas.

Marcel disse, ainda, que o Chile continuará com as emissões de títulos ESG este ano, destacando que esse instrumento representou 36,1% da dívida bruta do governo no ano passado, número que deve aumentar para 38% em 2024 e atingir cerca de 50% nos próximos quatro anos.

Outras medidas para enfrentar a dívida e reduzir a necessidade de emissões de títulos incluem a busca por novas fontes de financiamento e a redução das ineficiências de gastos, completou Marcel.