Chile enfrenta nova temporada de incêndios florestais enquanto se recupera da última

Os esforços de reconstrução do Chile após os incêndios florestais do verão passado seguem em curso, enquanto o país entra em uma nova época de incêndios florestais, com mais de 3,5 mil hectares queimados desde a semana passada.

Enquanto isso, as autoridades pretendem reduzir o risco de novos incêndios à medida que as temperaturas começam a subir devido ao verão do hemisfério sul.

“Houve algumas dificuldades de implementação devido à dispersão [geográfica], pois algumas áreas são muito rurais e têm problemas de acesso à água potável”, disse à BNamericas María Ignacia Rojas, coordenadora de redução de risco do Ministério da Habitação (Minvu), após um seminário de prevenção de incêndios florestais e reconstrução organizado pelo Centro Nacional de Pesquisa para a Gestão Integrada de Desastres Naturais (Cigiden).

Os incêndios florestais no verão de 2022-23 destruíram mais de 440 mil hectares, causando cerca de US$ 883 milhões em danos econômicos diretos, segundo dados do Ministério da Fazenda.

Rojas acrescentou que os preparativos para a nova temporada de incêndios incluíram trabalho com as comunidades para treiná-las sobre como reduzir os riscos de ignição, como lixo acumulado em áreas abertas.

Nesse sentido, Macarena Ripamonti, prefeita de Viña del Mar, queixou-se anteriormente de que as autoridades locais não podem emitir ordens para proibir o despejo de lixo ou entulhos de construção em barrancos sem serem bloqueadas por outras autoridades, uma vez que estariam ultrapassando a jurisdição da prefeitura em matéria de construção e desenvolvimento urbano.

Quando questionada sobre o tema pela BNamericas, Rojas comentou que às vezes os barrancos estão localizados em terras de propriedade do Estado chileno e, nesses casos, é responsabilidade do Ministério de Obras Públicas (MOP) mantê-los limpos.

Durante o seminário de prevenção de incêndios, Magdalena Gil, pesquisadora do Cigiden, disse que, embora os incêndios de 2023 tenham sido menos graves do que os de 2017 – em termos de número de hectares afetados –, os últimos cinco anos estiveram acima da média histórica, sugerindo que é provável que o Chile tenha de aprender a lidar com incêndios maiores e mais intensos, à medida que as temperaturas médias continuam a subir.