Chile promove pesquisa de hidrogênio verde para descarbonizar o setor de mineração

Enquanto a energia renovável ajudou a mineração chilena a reduzir as emissões de gases de efeito estufa de escopo 2, as emissões de escopo 1 e 3 só podem ser reduzidas com maior eficiência energética, eletrificação e contratos de fornecimento de energia limpa, somados ao hidrogênio verde como um aliado essencial.

A nível nacional, as emissões dos âmbitos 1 e 3 representam “cerca de um quinto do gasóleo consumido no país e em muitos casos a possibilidade de o reduzir [consumo] passa pela implementação e teste de tecnologias que ainda não estão maduras a nível industrial”, indicou o subsecretário de Mineração, Willy Kracht, em seminário sobre descarbonização organizado pelo Ministério de Mineração.

O oficial acrescentou que, para viabilizar o hidrogénio verde, “devemos ser capazes de adaptar os regulamentos para permitir a implementação destas tecnologias, e isso deve ser acompanhado pela vontade inovadora do setor e adaptar os sistemas de financiamento”.

A Corfo, agência estatal de desenvolvimento produtivo, financia os programas de pesquisa de hidrogênio verde Crea y Valida e Innova Alta Tecnologia, por meio dos quais desenvolve pilotos que ajudariam as mineradoras a atingir suas metas de neutralidade carbônica quando os produtos amadurecerem.

De acordo com a política nacional de mineração do Chile, as emissões de CO₂ da mineração em grande escala devem ser reduzidas em pelo menos 50% até 2030 para atingir a neutralidade carbônica até 2040. Parte desse caminho é integrar frotas de emissão zero até 2025.

As emissões diretas de CO₂ do setor atingiram 7,5 milhões de toneladas (Mt) em 2020, ante o total nacional de 106 Mt, mas o número sobe para 18,5 Mt se forem somadas as emissões indiretas; comentou o diretor de políticas públicas de mineração do Ministério de Minas, Francisco Dall'Orso León.

PROJETOS DA CORFO

Juan Martínez, representante da direção de inovação da Corfo, mencionou alguns desses projetos.

• Aceleração da adoção do hidrogênio verde, conforme pesquisa do Mario Molina Center. Começou em dezembro de 2022 com foco na conversão de veículos que usam combustíveis fósseis em eletricidade por meio de células de hidrogênio. A pesquisa é voltada principalmente para veículos que exigem maior alcance do que os sistemas de bateria oferecem.
• Injeção de hidrogênio verde no alto-forno da siderúrgica Huachipato. Começou em dezembro e busca incorporar essa solução na produção de aço verde e melhorar as condições operacionais.
• Sistema de geração híbrida remota para operação em áreas extremas, da empresa AndesVolt. Começará em julho, visando obter um sistema de geração e armazenamento de energia de 15 kVA que opere de forma plena e autônoma em condições climáticas extremas.
• Implementação de máquinas elétricas de mineração movidas a hidrogênio verde, da firma Salamanca Henríquez Cía. Começou em dezembro.

Para saber mais sobre as chamadas e fontes de financiamento da Corfo, clique aqui (conteúdo em espanhol). O Chile é o maior produtor mundial de cobre.