Chile recupera primeiro lugar em exploração mineral na América Latina

O orçamento para exploração mineral no Chile aumentou 30,2%, para US$ 713 milhões, em 2022, principalmente devido ao abrandamento das restrições ligadas à pandemia de Covid-19 e aos altos preços do cobre, ouro e lítio nos últimos anos, segundo a Comissão Chilena do Cobre (Cochilco).

Com isso, o país retomou a liderança em exploração na América Latina, após ter sido superado pelo México em 2021. Globalmente, o Chile ficou em quarto lugar, atrás de Canadá, Austrália e EUA, informou a agência em relatório.

No ano passado, foram registradas 88 empresas dedicadas a essa atividade, a maioria delas de capital canadense ou australiano. Destas, 76 são juniores, 7 médios e 5 estatais ou de outro tipo.

Da mesma forma, foram identificados 217 projetos de exploração em diferentes estágios de andamento, nos quais mais da metade tem como mineral-alvo o cobre (52,5%), seguido do ouro (28,1%) e, em terceiro lugar, lítio (9,7%).

Mais de 51% dos projetos relataram atividade exploratória no ano passado, enquanto 44,2% relataram nenhum progresso e 4,1% desistiram.

Embora o relatório da Cochilco não indique os motivos da paralisação, players do setor apontam a maior demanda por licenças ambientais como fatores que inibem a proliferação de projetos de mineração no Chile.

Philippe Hemmerdinger, presidente da Associação de Fornecedores de Mineração Industrial (Aprimin) conversou com a BNamericas sobre o risco de desperdício do potencial minerário, bem como sobre a importância de motivar investimentos junto com a aprovação de projetos para aproveitar a oportunidade histórica trazida pelas mudanças climáticas – o desenvolvimento da eletromobilidade e das energias renováveis.

Por outro lado, Manuel Viera, ex-chefe da Câmara de Mineração do Chile e atual presidente executivo da empresa de engenharia Metaproject Group, comentou na segunda-feira (16) no LinkedIn que as “rasteiras” na mineração seriam rejeições e autorizações excessivas para o novo projetos, bem como o aumento da carga tributária que o royalty traria.

93% da exploração geológica está sendo realizada na zona norte do Chile, onde a região de Atacama lidera com 96 prospectos, seguida pela região de Antofagasta, com 46, e Coquimbo, com 31.

Os altos preços dos minerais causados pelo aumento da demanda global que impulsiona a transição energética continuarão sendo motores de incentivo para as explorações de mineração, segundo a Cochilco.

Para acessar o relatório completo (em espanhol), clique aqui.

O Chile é o maior produtor mundial de cobre.