Colômbia aposta em seis projetos estratégicos para reativar a revolução ferroviária

O governo colombiano identificou pelo menos seis iniciativas ferroviárias consideradas estratégicas para a reativação deste modal de transporte, totalizando investimentos de cerca de 32 bilhões de pesos (US$ 7,6 bilhões).

Segundo a vice-ministra de Infraestrutura do Ministério dos Transportes, María Constanza García, os projetos são: La Dorada-Chiriguaná, que exigirá investimentos de 2,5 bilhões de pesos; Corredor Ferroviário Bogotá-Central (6 bilhões de pesos); Bogotá Belencito (1,5 bilhão de pesos); Trechos 1, 2 e 3 da Ferrovia de Antioquia (13 bilhões de pesos); Trem do Pacífico (6 bilhões de pesos); e Trem de Catatumbo (3,1 bilhões de pesos).

O governo planeja conceder o corredor La Dorada-Chiriguaná, Bogotá Belencito e o corredor do Pacífico até o final de 2025. Esses três sistemas cobrirão 70 municípios e beneficiarão 1,8 milhão de pessoas.

“O objetivo é que os contratos sejam concedidos e assinados em dezembro de 2025”, destacou García durante o fórum Ruta Ferroviaria-Estación Central, organizado pela agência de infraestrutura ANI. “A política pública é levar a reativação do modal ferroviário a ponto sem volta”, acrescentou.

O governo Petro encerra seu mandato em 6 de agosto de 2026.

As ferrovias são consideradas fundamentais para a intermodalidade no país. O Plano Nacional de Desenvolvimento atual prevê a reativação de 1.817 km da rede ferroviária.

García ressaltou que atualmente a Colômbia não tem nem 1,5% de intermodalidade.

Ela destacou, ainda, que a reativação ferroviária planejada não atinge apenas os projetos nacionais de 32 bilhões, mas que as cidades e principais centros povoados do país podem ter acesso e promover suas ferrovias, que são um compromisso do governo federal e podem ser, segundo a lei, de cargas, passageiros ou mistas.

García lembrou que o governo está disposto a financiar mais de 70% para projetos de transporte público de passageiros, graças a um artigo estabelecido no Plano Nacional de Desenvolvimento, em “um sinal político para transformar o transporte ferroviário em uma realidade no país” e para o qual o setor privado é considerado um parceiro estratégico.

O governo também estuda outras possibilidades para ajudar a reativar e ampliar a malha ferroviária, como o corredor entre Turbo, no departamento de Antioquia, e Cupica, no litoral noroeste, no departamento de Chocó.

A vice-ministra acrescentou que o trem metropolitano do Valle del Cauca, uma obra de cerca de 34 bilhões de pesos, também faz parte da reativação do modal ferroviário. Nos últimos dias, o pedido de aval técnico foi encaminhado ao Ministério dos Transportes para dar andamento ao projeto.

No evento da ANI, o vice-presidente de estruturação da organização, Jonathan Bernal, afirmou que existem recursos para fazer da reativação ferroviária uma realidade. Além disso, segundo ele, estão sendo realizados estudos para que os vários projetos tenham garantida a reativação em longo prazo.