Colômbia retomará importações de gás da Venezuela este ano, segundo CEO da Ecopetrol

A petrolífera estatal colombiana Ecopetrol pretende retomar as importações de gás da Venezuela este ano, à medida que se esforça para evitar a escassez iminente do combustível fóssil, disse Ricardo Roa, CEO da companhia, nesta sexta-feira (19).

Segundo Roa, a queda das reservas domésticas e a escalada da seca relacionada ao fenômeno El Niño intensificaram a necessidade de reativação de um gasoduto de 224 km que conecta os campos de gás venezuelanos a um duto existente no nordeste da Colômbia.

“Ele [o gasoduto] existe desde 2007, mas foi praticamente abandonado”, comentou Roa no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

O executivo confirmou que ainda está em vigor um contrato bilateral com a Venezuela, acrescentando que as obras de reabilitação do gasoduto devem ser concluídas até dezembro.

O chamado duto Antonio Ricaurte está fora de serviço há cerca de uma década, após um rompimento nas relações políticas entre Caracas e Bogotá.

Os laços diplomáticos foram restabelecidos desde que o presidente colombiano Gustavo Petro assumiu o cargo, em agosto de 2022.

A decisão tomada em outubro pelos Estados Unidos de suspender temporariamente algumas sanções contra a Venezuela – inclusive aquelas relacionadas à exportação de petróleo e gás do país – facilitou um acordo de cooperação no setor de gás, de acordo com especialistas.

A Venezuela tem o oitavo maior acúmulo mundial de reservas comprovadas de gás, com 197 Tf³ (trilhões de pés cúbicos).

Em novembro, Roa alertou que a Colômbia enfrentaria um déficit de gás natural de 31 BBTU/d (bilhões de unidades térmicas britânicas por dia) este ano, em um cenário de média demanda. O déficit deve aumentar para 131 BBTU/d em 2025 e 150-200 BBTU/d em 2026, segundo ele.